É o oposto do que todos imaginavam, até mesmo os especialistas do sector. Sabendo-se dos problemas na ignição, entre outras falhas, de vários modelos Chevrolet, Cadillac, GMC e Buick, e da demora da empresa em começar a fazer as recolhas – alguns defeitos tinham sido detectados há vários anos, em modelos que remontam ao final dos anos 90 –, temia-se uma ‘fuga’ aos concessionários. Alguns analistas contactados pela Bloomberg previam até uma quebra de 6,3% nas vendas em Junho, altura em que o programa de recolhas foi mais extenso.
No entanto, as vendas da Chevrolet e das outras marcas da General Motors aumentaram 1% no mês passado. E a fatia do grupo no mercado americano passou de 16,9% em Janeiro, antes de começarem as recolhas de automóveis, para 18,8% no mês passado.
A explicação para esta subida nas vendas pode até não ser complicada: muitos dos clientes que estão a ir às oficinas da GM já têm o seu carro há vários anos – por vezes mais de uma década –, pelo que acabam por ser atraídos para os carros novos em exposição no stand logo ao lado, com os vendedores prontos a oferecer descontos. No entanto, não deixa de ser surpreendente para os analistas como, em função de todo o mediatismo negativo, os automobilistas se mantêm fiéis à marca. Resultado: a agência Bloomberg falou com 24 analistas sobre as acções da General Motors e 17 deles recomendam aos investidores que aproveitem o momento para comprar.
E apesar deste aumento das vendas, que pode trazer uma pequena almofada financeira ao gigante norte-americano, a General Motors enfrenta despesas de milhares de milhões de dólares com as recolhas e com os muitos processos judiciais que estão em curso contra as marcas. Há vários acidentes com vítimas mortais em que está provado que a causa esteve nas falhas dos carros e muitos outros casos foram denunciados por advogados de acusação, que falam em mais de 60 mortos ao longo dos anos.
