O Espírito Santo Financial Group (ESFG) anunciou que vai propor Vítor Bento para presidente executivo do BES e João Moreira Rato para administrador financeiro, num comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em comunicado, o Banco de Portugal refere que já tomou conhecimento desta proposta e regista "o diálogo accionista que tornou possível a apresentação de uma proposta para designação dos novos presidente da comissão executiva (CEO) e administrador financeiro (CFO) e a opção por um procedimento que privilegiou a celeridade, bem como a proposta de eleição de um novo presidente do conselho de administração na próxima Assembleia Geral Extraordinária".
"A designação de novos titulares para esses cargos atende à preocupação do Banco de Portugal de que os órgãos de administração e fiscalização das instituições de crédito sejam independentes e pautem a sua actuação por critérios de gestão sã e prudente, tendo em vista acautelar, em particular, a segurança dos fundos confiados às instituições", prossegue o comunicado.
Para o Banco de Portugal, "modelos de governo interno sólidos constituem o garante indispensável para uma gestão sã e prudente das instituições de crédito".
"A redução dos direitos de voto da ESFG na sequência do recente aumento de capital, as alterações na administração e no governo interno acima referidas, a confirmarem-se, bem como as renúncias entretanto comunicadas de cinco membros do conselho de administração que representavam a ESFG, conduzem, nos termos da legislação em vigor, a uma alteração do perímetro de supervisão consolidada, que passa a ser o BES", lê-se no comunicado.
O processo de reestruturação do BES, que culminará com a saída do líder histórico Ricardo Salgado da presidência executiva, tem sido marcado por polémicas que implicaram uma acentuada desvalorização das acções do banco nos últimos dias.
O supervisor bancário veio mesmo a público assegurar que o Banco Espírito Santo (BES) se encontra numa situação de solvabilidade "sólida" e que estava a acompanhar de perto a situação no banco.
Lusa/SOL