O homem, de 29 anos, nascido em Angola e com nacionalidade holandesa, foi detido na quinta-feira na Portela, e os seus passos estavam a ser acompanhados por serviços secretos estrangeiros, incluindo uma passagem pela Síria, segundo noticiaram no domingo o DN e o CM.
Em 2006, segundo o Relatório de Segurança Interna (RASI) de 2007, registaram-se em Portugal "casos pontuais de deslocação de extremistas" islâmicos no país.
Portugal foi considerado "uma plataforma para a obtenção de apoio logístico" a estes grupos islâmicos, "tendo ocorrido, à semelhança do ano passado, casos pontuais de deslocação de extremistas", lê-se ainda no mesmo relatório.
Já em Maio de 2007, Helena Rego, do Serviço de Informações e Segurança, num colóquio, em Lisboa, afirmou que Portugal tem sido usado por extremistas islâmicos, até da Al-Qaeda como país de passagem e onde praticaram crimes de fraude, falsificação de documentos e roubo.
Esses elementos, segundo descreveu a especialista em terrorismo, usaram o país como local de passagem, tendo sido detidos por vários crimes, entre eles fraude, falsificação de documentos e roubos.
Além do depósito de armas da ETA descoberto em 2010 e dos membros do IRA-Verdadeiro detidos em 2011, passaram por Portugal nos últimos anos alguns radicais islâmicos.
Dois exemplos são os de Sofiane Laib, um argelino condenado em 2004 por falsificação de documentos e expulso em 2006, e o de outro argelino, Samir Boussaha, suspeito de ligações à Al-Qaeda, detido em Portugal e expulso para Itália em 2007.
Segundo disse Helena Rego em 2007, durante o julgamento de Sofiane, em 2003, condenado por falsificação de documentos e não por suspeitas de terrorismo, a Direcção de Investigação e Acção Penal concluiu que "elementos do grupo de Hamburgo [grupo da Al-Qaeda responsável pelo ataque terrorista em Nova Iorque] deslocaram-se para Portugal ou Reino Unido na sequência dos atentados de 11 de Setembro de 2001".
Lusa/SOL