Acções da PT renovam mínimos históricos

Os títulos da Portugal Telecom (PT) continuam a renovar sucessivos mínimos históricos.

Hoje as acções da operadora liderada por Henrique Granadeiro já caíram mais de 10% para 1,89 euros, tendo negociado, pela primeira vez, abaixo dos 2 euros.

O atraso nos pagamentos de títulos de curto prazo da Espírito Santo Internacional (ESI) a clientes do Banque Privee Espírito Santo “adensam a expectativa negativa em torno de um eventual incumprimento do papel comercial comprado pela PT à Rioforte”, explica Steven Santos, gestor da XTB. Note-se que o papel comercial é geralmente emitido por empresas com notação de crédito, o que não é o caso da Rioforte.

“As relações históricas entre o banco e a operadora parecem ter sido decisivas para um investimento tão avultado da PT numa empresa não-cotada e sem rating”, acrescenta.

A forte desvalorização da PT acontece no dia a seguir ao banco estatal do Brasil, accionista da Oi, ter feito duras críticas à operadora.

Em causa está a aplicação de 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo – dono do BES, que é o principal accionista da operadora. O Banco de Desenvolvimento brasileiro considera “as operações inconsistentes com padrões mínimos de boa governação corporativa”.

A aplicação na Rioforte vence na sua maioria a 15 de Julho e pode estar em risco, uma vez que a ESI está em falência técnica, com uma dívida de cerca de 7 mil milhões de euros.

sara.ribeiro@sol.pt