"O balanço é extremamente importante e positivo. Num dia de verão […] tivemos aqui mais de 40 mil homens e mulheres a manifestarem a sua indignação contra a proposta do Governo que visa destruir a contratação colectiva e, simultaneamente, a assumirem o compromisso de prosseguir esta acção e esta luta para valorizar o trabalho e dignificar os trabalhadores", afirmou Arménio Carlos aos jornalistas.
O secretário-geral da CGTP falava no final de uma intervenção proferida esta tarde junto à Assembleia da República, local onde se concentraram milhares de trabalhadores que integraram uma marcha de protesto promovida pela Intersindical.
A CGTP convocou esta acção de protesto para contestar as políticas do Governo em geral e as alterações ao Código do Trabalho que deverão ser aprovadas no parlamento.
A central sindical escolheu esta data para o protesto para mostrar ao Governo e à maioria parlamentar o repúdio dos trabalhadores relativamente às propostas de lei que deverão ser hoje aprovadas na Assembleia da República.
Uma das propostas prevê o prolongamento do período para a redução do pagamento do trabalho extraordinário, enquanto a outra reduz os prazos de caducidade e de sobrevigência das convenções colectivas de trabalho.
"A contratação colectiva é um instrumento de harmonização e estamos convictos de que […] os trabalhadores nos locais de trabalho não vão baixar os braços em defesa dos seus direitos", afirmou.
Arménio Carlos, que hoje anunciou uma concentração nacional de dirigentes e activistas sindicais para dia 25, junto à Assembleia da República, para protestar contra os cortes salariais na função pública que serão aprovados nessa data, apelou à participação nesta acção de luta.
"O Governo, mais uma vez, agendou uma sessão plenária excepcional na Assembleia da República para aprovar nas costas dos trabalhadores a tal reconfiguração dos cortes nos salários e apelamos aos dirigentes, delegados e activistas sindicais, e a todas as pessoas que se queiram associar, que participem no plenário de 25 de Julho", reforçou o sindicalista.
A acção de protesto inicia-se com uma concentração nos jardins de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, seguida de um desfile até ao parlamento, para ali rejeitarem a proposta de lei sobre a reconfiguração dos cortes salariais para a administração pública.
"Embora estando num período de verão, não estamos a descansar nem à espera que alguma coisa nos caia do céu. Não há milagres", exclamou Arménio Carlos.
Lusa/SOL