Numa declaração à Agência Lusa, Simon O'Connor, referindo-se aos problemas em torno do Grupo Espírito Santo, ressalvou que "a Comissão não comenta instituições financeiras em específico", mas sublinhou que "o sistema financeiro português foi significativamente reforçado nos últimos anos, através de recapitalização, apoio à liquidez por parte do Banco Central Europeu, e reforço da supervisão prudencial".
"Deste modo, estamos confiantes em que quaisquer problemas no sistema irão ser geridos de uma forma atempada e eficaz", afirmou o porta-voz.
Na quinta-feira, o Banco de Portugal voltou a afirmar que o Banco Espírito Santo (BES) está sólido, no dia em que os receios em torno da situação no GES se adensaram e contribuíram para penalizar os mercados europeus.
"A situação de solvabilidade do BES é sólida, tendo sido significativamente reforçada com o recente aumento de capital", disse a entidade liderada por Carlos Costa, acrescentando que tem vindo a "adoptar um conjunto de acções de supervisão, traduzidas em determinações específicas dirigidas à ESFG [Espírito Santo Financial Group] e ao BES, para evitar riscos de contágio ao banco resultantes do ramo não-financeiro do GES".
Os receios em torno da situação do GES adensaram-se nos últimos dias e penalizaram na quinta-feira a bolsa portuguesa, que caiu mais de 4%, e também as praças europeias, sobretudo dos países periféricos, que também fecharam em terreno negativo.
As dúvidas sobre a situação da Espírito Santo International e o impacto em todo o GES chegaram à imprensa internacional, com o caso em destaque em jornais como o Financial Times e o Wall Street Journal.
Nos últimos dias, foi conhecido que o Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, estava em incumprimento no reembolso a alguns clientes que tinham aplicações em dívida da Espírito Santo International (ESI).
Nesta empresa de topo do GES, que controla o ESFG (que, por sua vez, controla a área financeira, em que se inclui o banco BES e a seguradora Tranquilidade), uma auditoria detectou este ano que não foram registados 1,2 mil milhões de euros de dívidas nas contas de 2012. Além disso, a 'holding' tem capitais próprios negativos de 2,5 mil milhões de euros, ou seja, está em falência técnica.
Lusa/SOL