BRICS avançam com alternativa ao FMI

Fortaleza recebeu meia dúzia de encontros de futebol do Mundial, mas a partir de terça-feira o jogo é outro. O bloco constituído em 2009 e que junta Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul vai anunciar a criação do Novo Banco de Desenvolvimento. 

BRICS avançam com alternativa ao FMI

O banco funcionará de forma semelhante ao Banco Mundial, com cem mil milhões de dólares para financiar projectos de desenvolvimento e de infra-estruturas. Mas também com a constituição do Arranjo Contingente de Reservas, uma outra linha com outros cem mil milhões para ajudar a proteger os Estados-Membros de choques financeiros e sobretudo de se libertarem do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Novo Banco de Desenvolvimento deverá ter sede em Xangai e começará a operar em 2016.
“Os países do BRICS têm propostas de reforma do FMI que não estão sendo atendidas por razões conhecidas. De certa maneira, a criação do Arranjo e do banco atende a essa necessidade”, comentou à imprensa o diplomata brasileiro José Graça Lima. 

Há anos que os países emergentes exigem um papel de relevo no FMI. Em 2010, a instituição com sede em Washington deu resposta positiva às aspirações desses Estados, mas outro poder sediado na capital norte-americana não permitiu a ascensão de Pequim e companhia. 

“É ridículo e decepcionante que o Congresso dos Estados Unidos não tenha aprovado a mudança das quotas”, comentou o economista Jim O’Neill (o criador do termo BRICS).
Na cimeira de Fortaleza, que termina na quarta-feira, a Argentina participa como país convidado. 

cesar.avo@sol.pt