Cerar, advogado de 50 anos, entrou na corrida às legislativas há mês e meio, após a convocação de eleições antecipadas que se seguiu à queda do Governo de Alenka Bratusek. Alcançou no domingo mais de um terço dos assentos no parlamento esloveno, a mais dilatada maioria alcançada por qualquer partido daquela ex-república jugoslava desde a independência.
O Partido de Miro Cerar – é este mesmo o nome da recém-fundada formação política – deverá agora encetar negociações com outras forças do centro-esquerda. Em perspectiva está a formação de um Executivo contrário às medidas de austeridade aplicadas pelos Governos anteriores, e sobretudo contra a “venda a preços de saldo” de várias empresas do sector estatal, como afirmou o futuro primeiro-ministro. Um dos temas quentes da campanha foi precisamente a possível venda da Telekom Slovenija e do Aeroporto de Ljubljana.
Cerar é filho de Miroslav Cerar, medalha de ouro por duas vezes em ginástica, na categoria do cavalo, nos Jogos Olímpicos de Tóquio (1964) e da Cidade do México (1968), então pela Jugoslávia. A mãe, Zdenka Cerar, foi a primeira mulher procuradora-geral da república eslovena.
A Eslovénia, outrora apontada como um dos casos de sucesso económico e político da Europa de Leste pós-comunista, também foi uma das vítimas da crise do Euro, mergulhando numa profunda recessão. Cerar promete agora inverter os números da economia fomentando o crescimento.