De acordo com o presidente do conselho de administração da EGEAC, a nova directora entrou em funções na segunda-feira e foi hoje apresentada à equipa da Casa Fernando Pessoa.
Clara Riso foi leitora de português do Instituto Camões em várias cidades da Europa de Leste, nomeadamente em Budapeste e Belgrado.
A nova directora sucede à escritora Inês Pedrosa, que se demitiu do cargo em Abril deste ano, depois de seis anos à frente desta entidade.
Ainda segundo Miguel Honrado, a partir de agora, a Casa Fernando Pessoa passará a ser dirigida num modelo unipessoal e com um mandato de quatro anos, avaliável no final de cada período, para ser rotativo.
A anterior direcção, que tinha um mandato até 2015, era composta por Inês Pedrosa, na direcção artística, e Carmo Mota, na direcção executiva.
Clara Riso, mestre em Português Língua Segunda/Língua Estrangeira, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi também directora do Centro de Língua Portuguesa da Universidade de Budapeste.
"Clara Riso é uma pessoa ligada a projectos da língua e cultura portuguesas, sobretudo no estrangeiro, tem uma grande experiência na gestão de projecto e dinâmica de projecto, e tem experiência nas de recursos humanos e financeiros", sublinhou o presidente da EGEAC.
Salientou ainda o trabalho transversal da nova directora, ligando as áreas do teatro, dança e artes plásticas, uma linha que a EGEAC pretende incentivar futuramente na Casa Fernando Pessoa, ligando estas vertentes artísticas à língua portuguesa e literaturas.
Sobre a anterior directora, Miguel Honrado escusou-se a comentar as circunstâncias da demissão antes do final do mandato, dizendo apenas que Inês Pedrosa tinha decidido "dar o lugar a outra pessoa".
"O balanço [da direcção de Inês Pedrosa] é bastante positivo porque trouxe à Casa Fernando Pessoa uma grande notoriedade", salientou à Lusa.
A anterior directora da Casa Fernando Pessoa demitiu-se das funções no final de Abril, alegando que o essencial do seu trabalho estava feito e desejava dedicar-se a novos projectos.
"Pedi a rescisão porque tenho projectos novos", afirmou Inês Pedrosa, na altura, à agência Lusa, após alguns dias de ter comunicado a demissão à Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), tutelada pela Câmara Municipal de Lisboa.
"Não quer dizer que não tenha gostado muito de cá estar, mas o essencial que queria fazer está feito", disse a escritora, de 52 anos, que comunicou publicamente a sua saída num debate sobre liberdade na Casa Fernando Pessoa, na véspera do 25 de Abril.
Na altura do anúncio da decisão de Inês Pedrosa, os media noticiaram que a escritora teria sido alvo de um inquérito porque a Casa Fernando Pessoa tinha adjudicado vários serviços, por ajuste directo, à empresa de um designer que dava como morada a residência da directora da entidade.
Inaugurada em 1993, a Casa Fernando Pessoa, em Campo de Ourique, foi criada pela CML como um centro cultural destinado a homenagear o escritor Fernando Pessoa (1888-1935) e a sua memória na cidade onde viveu, e no bairro onde passou os seus últimos quinze anos de vida.
Possui um auditório, salas de exposição, uma biblioteca exclusivamente dedicada à poesia, além de uma parte do espólio do poeta, com objectos e mobiliário que lhe pertenceram e são actualmente património municipal.
A Casa Fernando Pessoa é um dos equipamentos culturais geridos pela EFEAC, tal como o Museu do Fado, o Padrão dos Descobrimentos, o Maria Matos Teatro Municipal, o Castelo de São Jorge, o Museu da Marioneta, o Cinema São Jorge, o Teatro Taborda, o São Luiz Teatro Municipal e o Palácio Marquês de Pombal.
Lusa/SOL