Professores: Movimento de boicote garante adesão de 100% em várias escolas do Norte

Uma responsável do movimento Boicote & Cerco, que contesta a prova de avaliação dos professores hoje a decorrer, garantiu que alguns vigilantes inviabilizaram esta manhã a realização do exame preferindo participar em reuniões sindicais.

Professores: Movimento de boicote garante adesão de 100% em várias escolas do Norte

"A informação que temos é a que nos vem chegando de outros colegas que também estão a boicotar [a realização da prova de avaliação aos professores contratados há menos de 5 anos]", explicou Aurora Lima, adiantando que em Gaia, em Guimarães e em Braga os boicotes são completos.

"Na escola de Oliveira do Bairro, em Aveiro, o boicote é de 100%, ninguém vigia a prova", disse à Lusa Aurora Lima, que se encontra à porta da Escola Básica 2/3 Manuel da Maia, em Campo de Ourique.

A responsável do movimento adiantou que, na escola secundária de São Torcato, em Guimarães, também não há professores [a fazer a] vigilância da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades, tendo estes aderido à reunião sindical promovida no estabelecimento de ensino.

Também na secundária de Amares, em Braga, o boicote é total, segundo disse Aurora lima, acrescentando que "alguns professores contratados deixaram a escola, não se submetendo à humilhação" do exame numa escola em Trás-os-Montes.

"Como estamos a investir no boicote em cada uma [das escolas], não temos grande tempo para trocar informações e não há confirmação total", admitiu a também professora.

Enquanto falava com a agência Lusa via telemóvel, Aurora Lima foi abordada pela polícia, que lhe pediu para se identificar, o que a responsável recusou.

Cerca de quatro mil professores contratados estão inscritos para a prova de avaliação que decorre hoje de manhã, teste que tem sido alvo de forte contestação por parte dos sindicatos.

O Ministério anunciou com três dias úteis de antecedência a data da prova de hoje para todos os professores contratados há menos de cinco anos de serviço que não a tenham podido fazer a 18 de Dezembro passado devido aos boicotes.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) manteve agendadas reuniões sindicais para as 09h00 como forma de protesto e para tentar impedir a realização da prova, às 10h30, dando justificação aos professores efectivos de não comparecerem ao serviço de vigilância aos colegas.

Contudo, na segunda-feira, o Ministério da Educação enviou uma informação às escolas a indicar que os plenários apenas podem acontecer a partir das 14h00.

Lusa/SOL