Holanda de luto recebe vítimas do abate do avião na Ucrânia

Cerca de 40 caixões com os restos mortais das vítimas do abate de um Boeing 777 da Malaysia Airlines por rebeldes pró-russos do leste da Ucrânia chegaram hoje à Holanda.

Holanda de luto recebe vítimas do abate do avião na Ucrânia

A queda da aeronave, na última quinta-feira, matou 298 pessoas, a esmagadora maioria de nacionalidade holandesa. O voo tinha partido de Amesterdão com destino a Kuala Lumpur, capital da Malásia, e foi derrubado por um míssil terra-ar à passagem sobre a Ucrânia.

Os serviços de inteligência norte-americanos revelaram ontem ter provas do envolvimento dos rebeldes pró-russos mas afastaram qualquer ligação directa entre a Rússia e o incidente, admitindo que o abate terá sido acidental.

Centenas de familiares das vítimas reuniram-se esta tarde numa base aérea em Eindhoven. O Rei Guilherme Alexandre e o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, esteve presente na cerimónia.

Milhares de pessoas assistiram depois ao cortejo fúnebre ao longo das principais estradas do país.

Por toda a Holanda, que cumpre hoje um dia de luto nacional, as bandeiras foram colocadas a meia haste.

No entanto, muitas famílias correm o risco de não conseguirem realizar as cerimónias fúnebres dos seus entes queridos. Apenas 282 corpos foram encontrados até ao momento. Destes, só cerca de 200 foram recolhidos e entregues às autoridades ucranianas.

Esta quarta-feira, o primeiro-ministro australiano Tony Abbott voltou a apelar à constituição de uma força de segurança internacional para garantir o processo de recolha e identificação dos cadáveres e dos destroços do Boeing 777.

“O meu receio é o de que, a menos que façamos mais, alguns dos corpos nunca chegarão a casa. É provável que haja ainda muitos corpos ao ar livre, em pleno Verão europeu, sujeitos a interferências várias e à decomposição potenciada pelo calor e pelos animais”, afirmou o governante australiano.

“Precisamos de uma enorme equipa de peritos forenses (…). Uma equipa dessas só pode trabalhar se a área estiver segura”, disse.