Fouad Masom recebeu 30 votos dos deputados curdos em Bagdade, contra 23 do seu adversário Barham Salih. O cargo de Presidente do Iraque tem pouca relevância na balança de poderes políticos do país e é atribuído a curdos desde a queda de Saddam Hussein.
Desde que se realizam eleições no país, a comunidade xiita – a maior do Iraque – tem ficado com o cargo de primeiro-ministro. Os sunitas ficam assim responsáveis pela nomeação do líder da Assembleia Nacional enquanto os curdos garantem a presidência.
Por sua vez, como o Partido Democrático do Curdistão (PDC) domina eleitoralmente na região curda, cabe ao segundo maior partido da comunidade, a UPC, a escolha do Presidente do país.
Mas a incapacidade da UPC em escolher o sucessor de Jalal Talabani – que passou os últimos dois anos em tratamentos médicos na Alemanha –, chegou a ameaçar a participação curda no instável cenário político de um país assolado pela violência dos extremistas sunitas do Estado Islâmico do Iraque e Levante, que há poucas semanas declararam a instauração de um califado em grande parte do Iraque e Síria.
“A falta de consenso em torno do candidato presidencial está a danificar os interesses curdos”, avisara há dias Renas Jano, um deputado do PDC em Bagdade. Mas através de Mala Bakhtiyar, membro do próprio UPC, os curdos avisaram as restantes facções religiosas do país de que não abdicariam do cargo: “Se os curdos não ficarem com a presidência, sairemos do processo político do país”.