O índice é calculado com base em três dimensões do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente. Para isso, são tidos em conta factores como a esperança média de vida, os anos de escolaridade de cada cidadão e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.
Portugal, que partilha a posição com o Chile, mantém-se no grupo dos países com desenvolvimento humano muito elevado e tem uma pontuação de 0.822. A esperança média de vida é de 79,9 anos, a média de anos de escolaridade de 8,2, os anos de escolaridade esperados 16,3 e o PIB per capita de 24,130.
Apesar de manter a posição, os dados revelam um desaceleramento no crescimento. Nos anos 1980, o índice crescia a 0,97 por cento ao ano, na década seguinte a 0,96 e, desde o início do século, abrandou para 0,41. Em 2009, o país estava no 34.º lugar.
São poucos os países europeus com pontuações inferiores a Portugal e, entre os intervencionados pelo FMI, é o que se qualifica pior (a Irlanda está em 11.º, a Espanha em 27.º e a Grécia em 29.º)
O país tem, no entanto, bons resultados em alguns dos indicadores, como em termos de igualdade de género, em que está em 21.º lugar.
A Noruega lidera o ranking, seguida da Austrália, Suécia, Holanda e Estados Unidos.
Os últimos lugares são ocupados pelo Níger, Congo e República Centro-Africana.
O índice faz parte do relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado hoje em Tóquio, que pede politicas mais fortes de protecção social, um regresso ao objectivo do pleno emprego e universalidade de serviços públicos básicos.
O relatório, com o titulo "Sustentar o Progresso Humano: reduzir as vulnerabilidades e aumentar a resiliência", defende que a vulnerabilidade persistente ameaça o desenvolvimento e que esse problema precisa de ser resolvido para que o crescimento seja equitativo e sustentável.
"As recentes medidas de austeridade aumentaram a pobreza em mais de metade dos países europeus, sendo os grupos mais em risco as crianças, os imigrantes, minorias étnicas e pessoas com deficiência", alerta o relatório, acrescentando: "É tempo de reavaliar a lógica das medidas de austeridade e focar os esforços em impulsionar os investimentos para crescimento a longo-prazo."
Dos países de expressão portuguesa, Cabo Verde desce duas posições, para 123.º, São Tomé e Príncipe desce para 142.º, Angola está em 149.º. No último grupo, encontra-se Moçambique, em 178.º, um lugar a frente da Guiné-Bissau, que mantém a sua posição.
A Guine Equatorial, que se tornou na quarta-feira membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, desce três posições, para 144.º.
Lusa/SOL