Os resultados serão anunciados amanhã à tarde em Braga e tudo indica que, dado o tipo de casos detectados, tais conclusões sigam imediatamente para o Ministério Público. Segundo várias fontes ouvidas pelo SOL, trata-se de situações “muito chocantes”, apontando para “fortes indícios de crimes de gestão danosa”.
O actual executivo de Ricardo Rio deparou-se com “várias surpresas”, entre as quais um conjunto de empréstimos bancários “contraídos em segredo” e superiores a 55 milhões de euros.
Um dos principais buracos financeiros confirmou-se na Fundação Bracara Augusta, cuja tutela era do então “super-vereador” socialista Hugo Pires – o actual líder da bancada socialista da oposição na Câmara Municipal de Braga. Num orçamento de um milhão de euros, existe um “buraco” de 350 mil euros, segundo confirmou hoje o SOL.
Há ainda a “derrapagem” de cerca de um milhão de euros devido à construção do prolongamento do túnel na avenida da Liberdade, motivando um acordo extra-judicial de 900 mil euros entre a autarquia e a Britalar, empresa de António Salvador, o presidente do Sporting de Braga, que se encontra em processo de insolvência. Em 2009, o prolongamento do túnel foi a principal ‘bandeira eleitoral’ da última recandidatura de Mesquita Machado.
Entretanto, o SOL apurou junto de várias fontes que o valor real da dívida da Câmara de Braga já ultrapassa pelo menos 100 milhões de euros, ao contrário do que sempre foi afirmado pelo anterior executivo socialista bracarense.
As auditorias financeiras à anterior gestão socialista da Câmara Municipal de Braga, às suas cinco empresas municipais e à Fundação Bracara Augusta decorrem há mais de meio ano a cargo da PWC – PricewaterhouseCoopers.
Entretanto, continua a decorrer na Polícia Judiciária de Braga uma investigação criminal a mais um caso de alegadas ‘luvas’ nos Transportes Urbanos de Braga, em que um dos principais suspeitos é o anterior vice-presidente da Câmara da cidade, Vítor de Sousa, candidato derrotado nas últimas eleições autárquicas.