Acções do BES afundam 10% e batem novo mínimo histórico

As acções do BES seguem hoje a cair novamente 10% e batem mínimos históricos de 0,349 euros, no dia em que deverão ser divulgados prejuízos semestrais históricos. 

Perto das 15:00, o PSI20 seguia a cair 2,19% para 6.243,86 euros, com o BES a liderar as quedas, ao cair 10,05% para 0,349 euros, um novo mínimo histórico para o banco agora liderado por Vítor Bento.

Na terça-feira, as acções do BES já tinham sido castigadas e fecharam a desvalorizar 10,60% para 0,388 euros.

O BES divulga hoje os resultados do primeiro semestre, com notícias a apontarem para prejuízos que podem chegar perto de três mil milhões de euros.

O Expresso Diário divulgou essa informação na segunda-feira, acrescentando que, perante isto, as "almofadas financeiras [de 2,1 mil milhões de euros do banco] já não bastam" e é "inevitável" um aumento de capital, faltando saber se será privado ou público.

À noite, o Banco de Portugal emitiu um comunicado a insistir que a "solvência do BES e a segurança dos fundos confiados ao banco estão asseguradas" e recordou que há soluções para fazer face aos prejuízos que vierem a ser reportados. Segundo o regulador, caso exista uma insuficiência de capital, há privados interessados em aumentar capital e acrescentou que, "no limite", está "disponível a linha de recapitalização pública".

Na terça-feira, foi desconvocada a Assembleia-Geral Extraordinária do BES, que estava agendada para quinta-feira, dia 31. Para desconvocar a reunião magna, o Espírito Santo Financial Group (ESFG), principal accionista do BES, invocou os 'factos supervenientes e inesperados' entretanto ocorridos, entre os quais, a apresentação dessa sociedade a um pedido de gestão controlada no Luxemburgo. 

Na Assembleia-Geral Extraordinária seria ratificada a cooptação de Vítor Bento como presidente executivo do BES e de José Honório e João Moreira Rato como vice-presidente e administrador financeiro, respectivamente, mas a informação ao mercado referia que a desconvocação não afecta a legitimidade dos responsáveis para desempenhar os cargos.

Na próxima convocatória de Assembleia-Geral Extraordinária deverá ser proposta a ratificação da nova administração, assim como um novo aumento de capital.

Lusa/SOL