Num comunicado sobre o BES, que reportou ontem um prejuízo histórico de 3,6 mil milhões de euros, o regulador revelou que, através de uma auditora externa que está a avaliar as contas do banco, foram detectados na segunda quinzena de Julho um conjunto de “factos supervenientes” que “vieram alterar substancialmente o valor das perdas a reconhecer na conta de resultados do primeiro semestre”.
Estas medidas de gestão tiveram um impacto negativo de cerca de 1,5 mil milhões de euros nas contas do banco, “pondo em causa o cumprimento dos rácios mínimos de solvabilidade vigentes”.
“Estes factos, anteriores à nomeação dos novos membros da Comissão Executiva, indiciam a prática de actos de gestão gravemente prejudiciais para os interesses do BES e um claro incumprimento das determinações emitidas pelo Banco de Portugal”, refere o comunicado.
O organismo de supervisão indica que existe uma auditoria forense em curso para avaliar responsabilidades individuais, “incluindo as do anterior Presidente da Comissão Executiva, anterior administrador com o pelouro financeiro e outros membros da Comissão Executiva que entretanto renunciaram aos cargos exercidos”.
Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires são os nomes a quem o BdP se dirige, acrescentando que “caso se confirme a prática de ilícitos, serão extraídas as necessárias consequências em matéria contra-ordenacional e, porventura, criminal”.