Respondendo a uma questão sobre a situação em Portugal, colocada durante uma conferência de imprensa na capital grega, o presidente da nova Comissão Europeia afirmou que a situação "continua frágil e que é preciso estar vigilante".
"Devemos permanecer vigilantes (…) em toda a Europa, poderemos ser afectados por coisas que não somos capazes de prever", alertou Jean-Claude Juncker, numa alusão ao caso do banco português, que agitou recentemente os mercados europeus.
A Comissão Europeia anunciou, no domingo à noite, que aprovava a solução encontrada para o BES, que inclui a criação de um 'banco bom', que detém os activos saudáveis, e de um 'banco mau', onde foram colocados os activos tóxicos, tendo adiantado que a medida está "em linha com as regras de ajudas estatais da União Europeia".
Num comunicado, Bruxelas referiu que "na sua avaliação reconheceu que uma resolução desordenada da situação do BES poderia criar uma perturbação grave na economia portuguesa e que a criação do 'bom banco' é adequada para remediar" a situação.
Uma solução que, segundo o executivo comunitário, visa "restabelecer a confiança na estabilidade do sistema financeiro" português.
Durante a mesma conferência de imprensa em Atenas, a primeira visita oficial de Juncker a um Estado-membro desde que assumiu a liderança do executivo comunitário, o responsável referiu que a Europa ainda não superou completamente a crise da dívida na zona euro.
"Acredito que já percorremos um longo caminho e estamos aproximarmo-nos do fim, mas ainda não viramos a esquina", afirmou Juncker.
Para enfrentar a crise, Juncker sublinhou que "o rigor orçamental" deve continuar.
"Não estou a dizer que o rigor orçamental atingiu o seu termo, o rigor permanece válido neste país [Grécia] como em outros", disse o responsável, após um encontro com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.
O antigo presidente do Eurogrupo, que esteve na linha da frente no processo de concessão dos dois pacotes de ajuda internacional à Grécia, a primeira vítima da crise da dívida em 2010, recordou que lutou então "como um leão" para manter Atenas na zona euro.
"Precisamos de disciplina orçamental e de credibilidade financeira, mas também precisamos de trabalhar para o crescimento", sublinhou ainda Juncker.
Antes de partir para a Grécia, o responsável reiterou na sexta-feira em Bruxelas que as suas prioridades como presidente da Comissão Europeia vão ser "o crescimento, o emprego e o investimento".
Lusa/SOL