O encontro entre Vítor Bento e a delegação liderada por Carlos Silva está previsto para as 16h00 e, meia hora depois, será recebida a comissão de trabalhadores.
Há uma semana, o presidente executivo do Novo Banco afirmou, em entrevista à SIC, a primeira depois de ter assumido a liderança da instituição, que vai apresentar um plano de reestruturação, sobre o qual recusou revelar detalhes.
No entanto, o gestor admitiu, na altura, que "vai ter de haver redimensionamento do banco", mas disse que isso terá de "ser visto com os próprios 'stakeholders'".
Questionado sobre se ia reduzir o número de balcões e de trabalhadores, Vítor Bento admitiu essa probabilidade.
"Está em curso a elaboração de um plano de reestruturação e irá desencadear as medidas que têm de ser aplicadas", afirmou na entrevista.
Sobre quando é que este plano estará pronto, Vítor Bento disse não ter "timing' exacto", mas admitiu que este possa ser apresentado "entre um a três meses".
Na sexta-feira, em reacção às declarações de Vitor Bento, o presidente do Sindicato dos Bancários do Norte admitiu estar preocupado com uma possível redução de postos de trabalho na sequência do plano de reestruturação do Novo Banco.
"É um motivo de preocupação. Claro que estamos preocupados com os trabalhadores do banco e vamos acompanhar o desenvolver da situação e a apresentação do plano de reestruturação", garantiu à agência Lusa Mário Mourão, a propósito das declarações do presidente executivo do Novo Banco sobre possíveis despedimentos.
Já esta semana, Jorge Pires, do PCP manifestou-se preocupado com o facto de estarmos "perante a possibilidade de assistir ao maior despedimento colectivo do Portugal democrático", após um encontro com a comissão sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (SINTAF) do Grupo Banco Espírito Santo (GBES)/Novo Banco.
O SINTAF, que também se reúne hoje, pelas 17h30, com o presidente do Novo Banco, vai questionar o responsável sobre o futuro dos cerca de 10 mil trabalhadores – cerca de 7 mil do Novo Banco e mais de 2 mil da seguradora Tranquilidade – que passaram para a nova instituição.
Na noite de domingo, 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou controlo do BES e anunciou a separação da instituição num banco mau ('bad bank'), que concentra os activos e passivos tóxicos, e num 'banco bom', o banco de transição chamado Novo Banco, que reúne os activos e passivos considerados não problemáticos e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução bancário.
O Fundo de Resolução bancário, que vai capitalizar o Novo Banco, foi criado em 2012 para intervir financeiramente em bancos em dificuldades, aplicando as medidas determinadas pelo Banco de Portugal. Este fundo é financiado pelas contribuições regulares dos mais de 80 bancos com actividade em Portugal e por contribuições extraordinárias em caso de crise num banco em particular.
Lusa/SOL