Salgado promete lutar pela ‘honra e dignidade’

É mais uma conversa de corredor do que uma entrevista aquilo que o Diário Económico publica esta quinta-feira. Só que não se trata de uma conversa qualquer: o corredor é no Hotel Palácio do Estoril e o seu protagonista é Ricardo Salgado, o antigo líder daquilo que foi o grupo financeiro privado mais poderoso de…

Sem responder às questões mais importantes sobre o colapso do Grupo Espírito Santo, remetendo todas as declarações para depois da divulgação do relatório da auditoria forense que a PwC e o Banco de Portugal estão a fazer às contas do BES, Salgado revela a sua prioridade: “Vou lutar pela honra e dignidade, minha e da minha família”.

Segundo o DE, Salgado não se considera responsável pela queda do banco, agora dividido em ‘bad bank’ e em Novo Banco, e promete que tudo fará para recuperar os investimentos perdidos e a confiança dos investidores.

Sobre a queda em desgraça do “homem que, bajulado e temido durante décadas, é agora apontado como um criminoso”, como escreve o DE, Salgado cita o Papa Francisco: “Não chores pelo teu sofrimento, luta pela tua felicidade”.

Acompanhado em permanência por três ou quatro colaboradores e por um telefone que deixou de tocar, Salgado não se mostra incomodado pelo afastamento dos velhos aliados e associados. “Não chores pelos que te abandonaram e luta pelos que estão contigo”, afirma, voltando a citar o Papa.

Salgado é actualmente arguido num processo em que é suspeito de burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e abuso de confiança. Chegou a ser detido para interrogatório, durante algumas horas, a 24 de Julho. Encontra-se actualmente sem passaporte, estando em liberdade mediante o pagamento de uma caução de três milhões de euros.

O seu papel no colapso do GES e do BES também está a ser investigado devido às suspeitas de manipulação das contas do grupo e à eventual responsabilidade que poderá ter relativamente às perdas dos investidores.