Os dados foram enviados à agência Lusa, no dia em que passam sete anos sobre a entrada em vigor da lei que permite à PSP e à GNR realizarem exames de rastreio de saliva, para detectar a presença de substâncias psicotrópicas nos condutores.
Desde 15 de Agosto de 2007, quando a lei entrou em vigor, até 11 de Agosto deste ano, a ANSR registou 281 autos de contra-ordenação, que, segundo o Código da Estrada, podem atingir o valor de 500 a 2.500 euros.
Ainda de acordo com a ANSR, quase seis por cento dos condutores fiscalizados pela PSP e GNR, entre 2008 e 2013, estavam sob influência de drogas.
As forças de segurança realizaram, entre 2008 e 2013, 10.887 testes, dos quais 640 foram positivos, o que corresponde a quase 5,88% do total dos testes efectuados, nestes sete anos.
Fonte da ANSR explicou à Lusa que o número de testes positivos não coincide com as contra-ordenações registadas, porque o auto é enviado para o condutor pelo Ministério Público, que pode decidir-se pela abertura de um processo-crime, arquivamento ou multa.
Para efeitos legais, o condutor só será declarado sob influência de substâncias psicotrópicas, após um resultado positivo num segundo teste, de confirmação, efectuado em amostra de sangue pelo Instituto Nacional de Medicina Legal.
Os dados da ANSR indicam que, nos dois primeiros anos da legislação, se registou um aumento do número de condutores apanhados com droga, que baixaram até 2012, voltando a subir em 2013.
Segundo a ANSR, o número de condutores detectados pela PSP e GNR com drogas aumentou 38 por cento, em 2013, em relação ao ano anterior.
Dados da Guarda Nacional Republicana enviados à Lusa mostram que este ano a tendência também é de aumento.
A GNR detectou droga em 80 condutores entre Janeiro e Julho deste ano, enquanto em todo o ano de 2013 foram apanhadas por esta força de segurança 80 automobilistas.
Segundo a GNR, a cannabis é a droga mais frequente entre os condutores, estando presente em 47 por cento dos testes positivos, seguida da cocaína (27%), de opiáceos e de anfetaminas.
Fonte da ANSR sublinhou que há condutores que apresentam mais do que uma substância.
Ao contrário do álcool, em que as forças de segurança realizam sempre o teste, o rastreio à droga só se realiza em caso de acidente de viação, ou quando há comportamentos suspeitos, explicou uma fonte da GNR.
Lusa/SOL