O tempo de antena, que foi para o ar na rádio e na televisão, voltou a recordar Eduardo Campos – o primeiro programa, na terça-feira, havia sido todo dedicado ao ex-governador de Pernambuco – e serviu para oficializar a agora candidata a Presidente do Brasil. Marina, depois de ter sido introduzida por um locutor (“Agora é você, Marina”) garantiu o seu empenho na “união pelo Brasil” e em torno de um projecto que nasceu com Campos e que será concretizado pela coligação ‘Unidos pelo Brasil’ (PSB, Rede, PPS e PPL).
Ontem, ao final da tarde, a ambientalista foi confirmada pelos socialistas como substituta de Eduardo Campos, que morreu na queda de um jacto na terça-feira, dia 13. Beto Albuquerque, deputado e líder da bancada do PSB na Câmara dos Deputados, em Brasília, é agora o candidato a vice na ‘chapa’ da coligação.
O dia do anúncio, porém, ficou marcado pela demissão do coordenador-geral da campanha do PSB, partido que controla a aliança política. Carlos Siqueira, primeiro-secretário do PSB e dirigente próximo de Eduardo Campos, apresentou o pedido de demissão ontem depois de Marina ter dito numa reunião da coligação que a manutenção de Siqueira como coordenador-geral da campanha dependeria de um novo voto confiança do maior partido da coligação eleitoral.
"Estamos perplexos, foi um mal-entendido. Ele [Siqueira] tinha a expectativa de que Marina o indicasse, mas Marina apenas lembrou que essa indicação caberia ao PSB”, explicou Walter Feldman, ex-deputado e indicado por Marina Silva para ser coordenador-adjunto da campanha depois da morte de Eduardo Campos, citado pela Folha Press.
Segundo a Folha de São Paulo, o militante histórico do partido bateu com a porta garantido que “não quer conversa” com a ex-senadora e ex-ministra do governo Lula da Silva. O presidente nacional do PSB irá nomear um novo coordenador para a campanha de Marina Silva e Beto Albuquerque.
Marina Silva filiou-se no PSB em Outubro de 2013 depois do Tribunal Superior Eleitoral rejeitar a inscrição da Rede Sustentabilidade como partido político por não ter o número suficiente de assinaturas necessário para a formalização de um partido.
Em 2010, a evangelista foi candidata à presidência do Brasil, obtendo no primeiro turno quase 20% dos votos. A concentração de votos (19,4%) na candidata obrigou Dilma Rousseff, que acabou por vencer as eleições, a disputar um segundo turno com José Serra, então candidato do PSBD.
