Segundo um levantamento feito pela Lusa, o custo dos manuais vai aumentando consoante os alunos vão avançando no ensino.
"Os preços são praticamente incomportáveis para a maioria das famílias. O único nível de ensino com menos problemas é o 1.º ciclo, onde o valor é mais baixo", disse à Lusa Isabel Gregório, presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE).
Quando entram pela primeira vez para a escola, os três livros das disciplinas principais – Estudo de Meio, Matemática e Português – custam cerca de 25 anos, mas no 2.º ano, o preço dos mesmos já sobe para 27 euros.
A subida vai sendo gradual e ligeira atingindo os 33 euros no 4.º ano do 1.º ciclo.
"Este ano, o custo dos manuais escolares é sensivelmente o mesmo que no ano passado", disse à Lusa o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascensão, sublinhando tratarem-se, mesmo assim, de valores muito elevados.
Quando os alunos chegam ao 2.ºciclo, a factura dispara para os 150 euros, segundo o levantamento da Lusa que contabilizou os quatro manuais de educação física, musical, tecnológica e visual.
Mas é no 3.º ciclo que se nota o maior aumento: no 7.º ano, uma família pode gastar cerca de 260 euros em manuais, valor que desce para 250 euros no 8.º ano e para 230 euros no 9.º ano.
Ao passarem para o ensino secundário, o número de disciplinas diminui mas o preço dos livros aumenta, sendo raro encontrar manuais a menos de 25 euros (à excepção de Educação Moral e Religiosa, que custam menos de dez euros).
Uma família com um filho no 10.º ano precisa de cerca de 220 euros só para fazer face a estas despesas. No 11.º ano, os livros custam 270 euros e no último ano do ensino obrigatório, a factura desce para os cerca de 200 euros.
No secundário, entre os manuais mais caros encontram-se os de Matemática B, que passam os 40 euros, História da Cultura e das Artes (37 euros) e Educação Física (cerca de 33 euros).
No entanto, não basta comprar os manuais, lembrou Jorge Ascensão.
Segundo as contas da Confap, "por criança, uma família que tenha que comprar todo o material gasta entre 400 a 500 euros, sendo que cada vez mais há um reaproveitamento do material escolar, como a mochila, estojo, borrachas ou compassos".
Lusa/SOL