Embora esta nomeação abra as portas a um Governo interino a ser criado em Setembro, o poder deverá permanecer nas mãos da junta militar. As eleições estão marcadas para Outubro de 2015 e o general já afirmou estar a preparar reformas políticas para serem concluídas antes do processo eleitoral.
Prayuth vai aposentar-se como chefe do Exército, em Setembro, mas vai permanecer como chefe da junta, formalmente conhecido como o Conselho Nacional para a Paz e a Ordem. A sua nomeação terá de ser aprovada pelo Rei da Tailândia, pelo que esta aprovação é vista como uma mera formalidade.
O exército tomou o poder, em Maio, num golpe de Estado sem derramamento de sangue que depôs a anterior primeira-ministra Yingluck Shinawatra. O seu Governo foi contestado ao longo de seis meses por manifestações, essas sim sangrentas, servindo assim de propósito aos militares para conquistarem o poder e restaurarem a ordem. Yingluck teve também a oposição do Rei Bhumibol Adulyadej, o que terá facilitado a intervenção militar.
O processo já foi criticado pela comunidade internacional que exige eleições imediatas com vista ao regresso da democracia. Este é o 12º golpe militar no país. O anterior tinha sido em 2006, quando Thaksin, irmão mais velho de Yingluck Shinawatra, foi deposto também pelos militares.
"Prayuth é um soldado, não um político democraticamente eleito e as nações ocidentais continuarão a pressionar a Tailândia para o progresso em direcção a eleições livres e justas”, disse um diplomata ocidental em Bangladesh à Reuters, que não quis ser identificado. A nomeação do general pela assembleia é “ uma mera mudança cosmética”, concluiu o diplomata.
Desde o golpe militar já foram detidos dezenas de políticos e activistas pelos militares. A maioria já foi libertada, embora o exército ainda não tenha divulgado dados oficiais sobre o número total de pessoas detidas e libertadas.