Portugueses gastam 509 euros com regresso às aulas

As famílias portuguesas vão gastar, em média, 509 euros com o regresso às aulas, segundo um estudo que revela que os portugueses optam, cada vez mais, por comprar manuais em segunda mão ou pedir emprestado.

Portugueses gastam 509 euros com regresso às aulas

No ano passado, o início do ano lectivo representou um gasto médio de 525 euros, sendo que o valor atribuído por cada estudante foi de 403 euros.

Este ano, as famílias pretendem gastar um pouco menos: em média, o regresso às aulas vai custar 509 euros, sendo que por cada aluno o orçamento disponível será de 346 euros, revela o "Estudo sobre as intenções de compra dos portugueses — Regresso às aulas 2014".

Estes valores incluem não apenas os manuais escolares mas também todo o material necessário para um regresso às aulas, tal como vestuário e calçado para os filhos (80%) ou equipamento e artigos de desporto (64%).

Além destas compras, os pais vão dar, em média, 17 euros semanais – menos um euro do que no ano passado – para os filhos gastarem em alimentação, papelaria e outras compras, revela o estudo realizado pelo Observador Cetelem.

Das 600 pessoas inquiridas, apenas 26% têm filhos em idade escolar, sendo que metade (52%) tem crianças no 1.º ou o 2.º ciclo, 29% frequentam o 3.º ciclo e 20% o secundário. Apenas 7% dos pais tem filhos no ensino superior.

Em apenas três anos percebe-se que começa a haver uma mudança no que toca em comprar livros novos: em 2011, 99% dos portugueses diziam que iriam comprar manuais novos, enquanto este ano apenas 93% optará por essa solução.

Já pedir emprestado ou comprar em segunda mão são opções que ganham cada vez mais adeptos – pedir emprestado passou de 13% em 2011 para 32% e comprar em segunda mão subiu de 11 para 23%.

Apesar das fortes campanhas lançadas pelos hipermercados, os portugueses continuam a preferir as tradicionais papelarias, mas já se começa a notar uma ligeira diminuição (em 2011, eram a opção de 99% dos inquiridos e este ano são 92%).

No entanto, os hiper e supermercados não deverão notar uma alteração no número de clientes, uma vez que se mantêm a percentagem de pessoas (80%) que pretende fazer ali as suas compras.

O que tem vindo a ganhar adeptos é a internet: em 2011, apenas 7% dos entrevistados afirmaram que iriam resolver o problema à frente de um ecrã, enquanto este ano já são 22% dos inquiridos.

Muitos admitem que poderão ter de recorrer ao cartão de crédito (cerca de 36%), mas irão gastar menos do que no ano passado. Segundo o estudo, "há a intenção de gastar 274 euros com o cartão de crédito em compras do regresso às aulas ", quando no ano passado o valor médio era de 376 euros.

Por outro lado, aumentam as famílias que pretendem usar os cartões de fidelidade para fazer compras: no ano passado eram 37% e este ano são 61%.

O número de alunos a frequentar o ensino privado diminuiu: entre as 157 famílias com filhos em idade escolar, apenas sete têm filhos no privado, enquanto no ano passado, num universo de 158 famílias, havia 13 famílias com crianças a estudar no ensino privado.

Este ano, diminui o número de pessoas que opta por comprar todo o material de uma só vez: metade das famílias (54%) vai comprar o material escolar ao longo do ano, havendo apenas 45% que deverá comprar tudo num único momento.

As famílias com poupanças para a educação também diminuíram (de 27% para 13%) mas aumentou o número dos que, não tendo uma poupança, o tencionam fazer (de 5% para 10%).

Lusa/SOL