O contingente português que vai participar na missão das Nações Unidas na manutenção de Paz no Mali e o que integra a missão da NATO de policiamento aéreo da Lituânia partem hoje, o primeiro da Base Aérea do Montijo e o segundo da Base Aérea de Monte Real.
"São duas missões que se inserem no âmbito das responsabilidades de Portugal no campo internacional, uma no âmbito da aliança NATO e a outra no âmbito das Nações Unidas", disse José Pedro Aguiar-Branco.
"O policiamento aéreo no Báltico, nomeadamente na Lituânia, é no âmbito da NATO" e começa a partir de 1 de Setembro.
Nesta missão, "Portugal contribui com seis F16 e um efectivo de 70 militares", explicou o governante.
Já na missão de manutenção de paz no Mali, que terá uma duração de três meses, o país contribui com um C130 e 47 militares, dos quais 41 da Força Aérea e seis do Exército.
"Significa que, portanto, no âmbito do conselho estratégico de defesa nacional, é a responsabilidade da defesa cooperativa internacional e, por outro lado, as acções de paz em que Portugal também tem uma importância e uma visibilidade muito saliente", disse o governante.
Questionado sobre a missão à República Centro Africana, que acabou por não se concretizar, Aguiar-Branco sublinhou que no ano passado esteve prevista uma missão ao Mali, que não aconteceu e, entretanto, houve um pedido para a República Centro Africana.
No entanto, as autoridades que fazem a coordenação entenderam que não era necessária a participação de Portugal na República Centro Africana este ano, pelo que como havia a necessidade de uma participação no Mali, o contingente foi encaminhado para esta última.
"Como Portugal tinha mantido a participação este ano, com devido cabimento orçamental, e como no âmbito das Nações Unidas não estávamos a desenvolver neste momento nenhuma acção especialmente relevante, e esta é, foi entendido" que Portugal participaria no Mali, no âmbito das acções humanitárias, adiantou.
Segundo Aguiar-Branco, estas duas missões "são muito importantes porque mostram, por um lado, a capacidade operacional que as forças armadas portuguesas têm" e isso "é importante quando às vezes há uma percepção de que essa dimensão operacional está mais fragilizada".
Isso "não é verdade", prosseguiu, já que Portugal cumpre com as missões internacionais "tal como estavam planeadas".
Além disso, a participação "é importante para a visibilidade, reconhecimento e competência dos militares portugueses", além de ser uma "resposta aos compromissos internacionais que Portugal está vinculado e mostra essa capacidade operacional", acrescentou.
"Como é óbvio, permite que essa visibilidade e reconhecimento, no contexto internacional, torne a visão em relação a Portugal a de um país que conta para a segurança colectiva", nomeadamente numa altura em que esses temas são tão relevantes", salientou José Pedro Aguiar-Branco, aludindo à crise na Ucrânia e à próxima cimeira de Gales, que decorre na próxima semana, e "em que os temas da defesa estão na primeira linha daquilo que é a atenção internacional", concluiu.
Lusa/SOL