Piloto do voo da TAP para Barcelona ‘excedeu limite de horas permitidas por lei’

O Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) disse hoje à Lusa que o piloto do avião da TAP que seguiu na sexta-feira à noite para Barcelona “excedeu o limite de horas permitidas por lei” e, por isso, foi substituído.

Piloto do voo da TAP para Barcelona ‘excedeu limite de horas permitidas por lei’

"O piloto não voou para Barcelona porque excedeu o limite de horas de voo permitidas por lei e, por isso, está legalmente impedido de o fazer", esclareceu à Lusa fonte do sindicato, assegurando que "o piloto não se recusou a fazer o voo, mas não o podia fazer legalmente".

Na sexta-feira, um voo da TAP com destino a Barcelona saiu com duas horas de atraso, na sequência de um incidente registado durante a tarde com um voo da companhia portuguesa com destino a Angola, segundo explicou à Lusa fonte oficial da empresa.

O avião partiu do aeroporto da Portela pelas 23h00, rumo a Barcelona, duas horas depois do previsto e, "uma vez que o piloto já tinha feito outro voo e estava próximo do limite de horas permitido, não pôde voar e teve de ser mobilizado outro", esclareceu fonte da TAP.

A mesma fonte referiu ainda que "há uma escala e há sempre alguém de prevenção, apesar de estar em casa".

De acordo com o SPAC, "a TAP tem falta de pilotos e teve de chamar outro piloto que estava de férias ou de folga, o que atrasou ainda mais a operação".

"É por questões como esta, de constrangimentos permanentes operacionais, que houve uma greve no passado dia 9 de Agosto", acentuou o sindicato, lembrando que, nos últimos três anos, a TAP já perdeu 37 pilotos.

Na tarde de sexta-feira, um voo da TAP para Angola regressou ao aeroporto da Portela, em Lisboa, uma hora depois de ter descolado, devido a problemas técnicos.

Fonte oficial da empresa explicou então à Lusa que o avião teve um problema no sistema hidráulico e o comandante "achou mais prudente voltar à base", para averiguar a situação.

A 9 de Agosto último, os pilotos da TAP cumpriram um dia de greve contra o agravamento das condições de trabalho e para obrigar o accionista Estado a receber os sindicatos, para se discutir a situação da empresa.

A paralisação foi convocada pelo SPAC, cujo presidente, Jaime Prieto, disse na altura à Lusa que "não restava outra opção" para evitar outro verão "vergonhoso", numa alusão ao cancelamento de muitos voos da companhia.

Entre 1 de Junho e 30 de Julho, a TAP cancelou 468 voos, o que equivale a uma taxa de cancelamentos de 2,3% nos últimos dois meses, de acordo com os números divulgados pela companhia aérea portuguesa, a 5 de Agosto.

O grupo TAP registou um prejuízo de 83,4 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa um resultado mais favorável que o alcançado no período homólogo de 2013, refere o relatório e contas da Parpública, divulgado na sexta-feira.

Lusa/SOL