O grupo, denominado Occupy Central with Love and Peace (Ocupar o centro com paz e amor, na tradução em português), declarou que a decisão de hoje, por parte da China, retirou a esperança de se chegar a qualquer compromisso entre os ativistas pró-democracia e as autoridades de Pequim.
"Lamentamos dizer que hoje todas as hipóteses de diálogo foram esgotadas e a ocupação do centro financeiro vai mesmo acontecer", declarou o grupo num comunicado enviado por correio electrónico, mas sem especificar quando iria acontecer essa ocupação.
O chefe-executivo de Hong Kong será eleito em 2017 por sufrágio directo, pela primeira vez, mas os candidatos terão de ser nomeados por um "comité largamente representativo" do território, anunciou hoje a Assembleia Nacional Popular chinesa.
O modelo, contestado pelos partidos pró-democráticos de Hong Kong, que o consideram "uma limitação à verdadeira democracia", foi aprovado em Pequim pelo Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, o "supremo órgão do poder de Estado" no país.
Hong Kong foi integrada na República Popular da China em Julho de 1979, com o estatuto de Região Administrativa Especial e segundo a fórmula "um país, dois sistemas", adoptada também em Macau, que garante às respectivas populações liberdades de expressão e organização politicas desconhecidas no resto do país.
Até agora, o chefe-executivo de Hong Kong tem sido eleito por um Comité de 1.200 membros seleccionados entre os chamados "quatro sectores" do território, nomeadamente líderes empresariais e delegados aos órgãos do poder central, em Pequim.
Segundo a resolução aprovada pela Assembleia Nacional Popular chinesa, o referido Comité de Nomeação "designará dois ou três candidatos" à chefia do governo de Hong Kong e cada um deles deverá ser aprovado por mais de metade dos membros do comité.
A composição do referido Comité corresponderá ao colégio eleitoral que tem escolhido o chefe-executivo de Hong Kong, decidiu também o parlamento chinês.
Considerada uma das economias mais livres do mundo, Hong Kong tem cerca de 7,2 milhões de habitantes, 72% dos quais com menos de 55 anos, e um Produto Interno Bruto per capita que ronda os 33.500 dólares (cerca de 25.500 euros), cinco vezes superior ao da China continental.
Excepto nas áreas da defesa e das relações externas, que são da competência do governo central, Hong Kong goza de "um alto grau de autonomia" e é "governada por pessoas" do território.
Mas como advertiu na sexta-feira passada um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC), a China "não permitirá" que aquela Região Administrativa Especial do país seja governada por "uma personalidade anti-Pequim".
Lusa7SOL