De acordo com o estudo Total Compensation Portugal 2014, realizado pela consultora Mercer, este ano registou-se "um aumento real dos salários efectivamente pagos na maior parte dos grupos funcionais", entre os 1,18% e 1,56%.
"As funções de Direcção Geral/Administração e Directores de 1ª Linha obtiveram a maior variação salarial (3,31% e 1,64% respectivamente)", refere o estudo.
De fora ficaram as funções de Comerciais/Vendas e Operários, cujos salários foram reduzidos em 0,14% e 1,41%, respectivamente. Esta situação é justificada com a entrada de novos trabalhadores para estas funções, com níveis salariais mais baixos.
Para fazer este estudo a Mercer analisou 106.445 postos de trabalho, em 302 empresas presentes no mercado português.
Pela primeira vez a Mercer analisou os níveis salariais dos recém licenciados, verificando que o salário base anual destes trabalhadores, no seu primeiro emprego, situa-se maioritariamente entre 12.600 euros e os 18.075 euros.
O crescimento salarial verificado em 2014 foi superior ao observado em 2013 (entre 1,09 e 1,24%) e a perspectiva para 2015 é de que esse crescimento varie entre 1,23% e 1,40%.
De acordo com o estudo, os aumentos salariais dependem dos resultados das empresas, dos resultados individuais do trabalhador, da equidade interna, dos acordos colectivos de trabalho, e da antiguidade, entre outros factores.
Das empresas analisadas, 95% atribuem um bónus anual a todos os trabalhadores e 55% um bónus de incentivo de vendas aos trabalhadores da área comercial, com periodicidade mensal ou trimestral.
Cerca de 38% das empresas participantes no estudo atribuem aos seus trabalhadores um complemento de subsídio de doença, que pode ir até aos 35% do salário base, e que é atribuído em situações de baixas por doença.
A maioria das empresas (90%) conta actualmente com um seguro de saúde para os trabalhadores, beneficiando estes de cuidados médicos e hospitalares.
Mais de metade das empresas analisadas (56%) concede aos trabalhadores mais dias de férias que os estipulados por lei.
Este ano o número de empresas que prevê aumentar o seu efectivo de trabalhadores (19%) é maior do que o número de empresas que prevê reduzir (8%).
Mas a maioria das empresas (73%) prevê manter o seu pessoal em 2014.
Das 302 empresas que constituíram a amostra para o estudo da Mercer, 60% são multinacionais, 39% são empresas nacionais privadas e 1% são empresas nacionais públicas.
Foram analisadas pequenas, médias e grandes empresas de vários sectores de actividade, nomeadamente, de serviços gerais (29%), de bens de consumo (16%), industrias diversificadas (16%), tecnologia e telecomunicações (10%), serviços financeiros (9%) e grande distribuição (8%).
Lusa/SO