"Nós não estamos dispostos a continuar a assistir aos malabarismos eleitoralistas do Governo", afirmou João Semedo, em conferência de imprensa, argumentando que "o salário mínimo em Portugal é o mais baixo da União Europeia", que tem hoje um valor inferior à data em que foi criado, em 1974, valendo menos 50 euros.
A apresentação de uma proposta de aumento do salário mínimo de 545 euros , "de acordo com tabelas de atualização", foi discutida hoje na Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, o órgão máximo do partido entre convenções.
"Há cerca de meio milhão de portugueses que recebe o salário mínimo nacional, o salário mínimo nacional não é atualizado há mais de 3 anos. Todas estas razões nos levam a querer acabar com esta situação", sustentou.
A proposta do BE será discutida no dia 25 de Setembro na Assembleia da República.
A Mesa Nacional discutiu também a questão do BES e do Novo Banco, com João Semedo a apontar o "desnorte estratégico" vivido entre Governo e Banco de Portugal e a administração do Novo Banco.
"Enquanto Governo e Banco de Portugal, prometem, desejam e trabalham para uma venda rápida, imediata, tão rápida e pronta quanto possível, o presidente do conselho de administração do Novo Banco, Vítor Bento, diz exactamente o contrário", declarou João Semedo.
Para o BE, um mês depois da resolução do BES e criação do Novo Banco, "as incongruências e as fragilidades da proposta do Banco de Portugal e do Governo são cada vez mais evidentes e os riscos para os contribuintes, os riscos para a despesa pública, são maiores".
"A realidade é que o banco perde todos os dias valor e quanto mais valor perde, maior é o risco para a despesa pública e para os contribuintes e, por isso, o BE insiste na sua proposta. A proposta é simples: recusamos reprivatização do banco, queremos que o Novo Banco seja um novo banco, mas seja um novo banco público", defendeu.
Lusa/SOL