Fonte no Ministério Publico de Guimarães explicou que o processo vai correr agora os trâmites "normais" em casos de morte violenta e que, "num primeiro momento", o "mais importante" é "acautelar o sofrimento das famílias das vítimas".
Uma mulher de 38 anos, o filho dela, de 8 anos, e uma outra criança, de 13 anos, morreram no domingo depois de terem sido colhidos por um carro que se despistou no final do percurso do 1.º Rali Sprint de Guimarães, ferindo ainda outras oito pessoas, duas das quais com gravidade.
"Agora que o processo já deu entrada no Ministério Público, a primeira coisa a fazer será ordenar que seja feita a autópsia aos três mortos. É a prioridade nos casos de morte violenta, de forma a que seja acautelado o sofrimento das famílias das vítimas. Depois seguem-se os trâmites normais nestes casos", disse.
"Será investigado o estado da via, as condições climatéricas, ouvidas eventuais testemunhas, feitas diligências, envolvidos no acidente, constituídos ou não arguidos, aferido se houve, ou não, dolo, etc", adiantou a fonte contactada pela agência Lusa.
Um dos aspectos que o MP terá de averiguar é o local onde se encontravam os espectadores atropelados, uma vez que as primeiras informações dadas pelos bombeiros e pela organização da prova eram contraditórias.
De acordo com o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, Joaquim Oliveira, as vítimas "estariam num talude" em "local de segurança" enquanto o director da prova, Eduardo Crespo, relatou que estariam "na berma" da estrada, a caminho do local da prova", num local que "não estava vedado" mas que estava assinalado como sendo "perigoso".
Na noite de domingo, através do secretário de Estado do Desporto e Juventude, o Governo lamentou o acidente.
"As minhas palavras vão para as famílias, deixando um voto de profundo pesar pelo ocorrido. O desporto é um espaço de vida e é com grande tristeza que vimos esta manifestação desportiva associada a algo tão trágico como a perda de vidas humanas", disse Emídio Guerreiro, natural de Guimarães.
A autarquia de Guimarães lamentou, também, o ocorrido e a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) anunciou, já na noite de domingo, a criação de uma comissão de inquérito para apurar as causas do acidente.
"A FPAK, face a gravidade do acidente ocorrido hoje durante a realização desta prova, criou uma Comissão de Inquérito com a finalidade de apurar as razões do sucedido", lê-se numa curta nota publicada por aquele organismo.
Lusa/SOL