A candidata petista, questionada pelos jornalistas sobre se vai manter o modelo económico do Brasil, mesmo quando os indicadores macro-económicos apontam para a necessidade de reajustamentos,quando a inflacção sobe e quando o crescimento do país vem descendo nos dois primeiros trimestres do ano, disse ainda estar “piamente confiante que o Brasil vai entrar numa nova fase”.
“Temos todas as condições robustas para passar por uma nova fase. Não estamos mais naquele momento em que tínhamos que segurar o País com as duas mãos se não desempregávamos. A Europa fez uma política duríssima de austeridade e não dá um único passo à frente. Você vê queda na Alemanha, queda de produção na Europa, estagnação na França. Eu gosto muito mais do nosso métoto. Garantimos que o salário se valorizasse, temos investimento público e fazemos expansão nos gastos, sim”, afirmou Rousseff hoje à tarde (início da noite em Lisboa), numa entrevista realizada em Brasília e transmitida em directo pela página da internet do diário brasileiro.
Instada pelos jornalistas a admitir se vai ou não haver mudanças no segundo mandato, se for eleita, em termos de política económica, Dilma Rousseff respondeu assim: "Vai haver mudanças. Porque eu acho que o País se preparou para esta mudança. Temos condições agora de diminuir alguns incentivos. Vamos continuar focados no emprego e na valorização de salário . Não concordo com aqueles que acham que a causa da inflação é a política de valorização do salário mínimo. Estamos recuperando a queda brutal que houve no Brasil no período anterior ao Lula", afirmou.
Sobre o possível aumento dos preços da gasolina – uma ameaça que paira sobre a campanha da ainda Presidente do Brasil – Dilma Rousseff recusou admitir que se prepara para vincular o preço do petróleo ao mercado internacional e recordou que a América não iguala o preço do gás de xisto ao mercado internacional porque “a indústria deles perderia a competitividade”.