O Expresso avançou na sua edição de hoje que a administração do Novo Banco está de saída e, citando "fontes políticas", que o Banco de Portugal (BdP) já estará a procurar substitutos para os administradores.
A saída do presidente do Novo Banco, Vítor Bento, do vice-presidente, José Honório, e do administrador financeiro, João Moreira Rato, é atribuída pelo semanário à rejeição pelo banco central da estratégia de longo prazo que apresentaram.
De acordo com o jornal, o governador do BdP quer vender o Novo Banco o mais rápido possível e directamente a uma outra instituição bancária, enquanto Vítor Bento e a restante equipa defendem um projecto a médio prazo e com dispersão de capital em bolsa.
"O banco precisa de estabilidade e não se podem baixar os braços. Estamos mais unidos do que nunca para salvar a instituição. Uma venda apressada será o fim do banco e nenhum de nós quer isso", disse João Matos em declarações à agência Lusa.
De acordo com o representante dos trabalhadores da instituição, a eventual saída da equipa de Vítor Bento "não é inteiramente uma novidade".
"Sabíamos que o trabalho da administração estava praticamente sem autonomia. Não pensávamos era que fosse tão rápido", afirmou ainda João Matos.
No dia 3 de Agosto, o BdP tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas.
No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.
Lusa/SOL