Dez horas de D’Bandada

Há dois anos apresentou-se sozinho. No ano passado convidou o fadista António Zambujo para o acompanhar. Este ano Miguel Araújo, já um clássico do D’Bandada – o festival gratuito organizado pela Nos que regressa neste sábado ao Porto para a quarta edição – vai actuar a bordo do eléctrico que faz o percurso Carmo-Batalha-Carmo, enquanto…

Além desta actuação em local impróprio, e mantendo a ambição de se tornar uma espécie de S. João da música no Porto, a organização preparou outros espectáculos especiais como o de Manuela Azevedo com a Orquestra de Jazz de Matosinhos, na Praça dos Leões; o de Bruno Pernadas, no Passos Manuel, que apresenta L'appartement, projecto que começou como uma única peça sonora; ou o frente-a-frente entre as bandas de hip hop Mind da Gap e Dealema, na Praça dos Poveiros.

A rapper Capicua e o fadista Ricardo Ribeiro são outros dos nomes sonantes, mas também é de descobertas que se faz o D'Bandada. Para isso, Henrique Amaro, director artístico do festival, convidou “fazedores ou curadores” para se juntarem à festa. São eles Casa da Música, Maus Hábitos, Bodyspace, Filho Único, Lovers & Lollypops, Monster Jinx, Porta Jazz, Príncipe da Turbina e Tiago Pereira. Daí a oferta tão ecléctica desta edição, como as sonoridades tão díspares entre o afro beat de DJ Marfox, DJ Maboku, Dj Lilocox e o colectivo Black Sea Não Maya (da editora Príncipe, associada à Filho Único) e a delicadeza pop de Ana Cláudia (cujo disco de estreia será editado em breve pela Nos Discos).

Para quem ainda não os viu ao vivo, esta também será uma boa oportunidade para espreitar os D'Alva, no Coreto, e confirmar que, embora o Verão esteja prestes a terminar, há uma energia estival inesgotável no colectivo.
Em números absolutos a organização fala em dez horas seguidas de música gratuita, distribuídas por 62 concertos, em 19 palcos, mas há sempre espaço para adendas de última hora. Seja na rua, nos bares, no coreto ou no eléctrico não há desculpa para faltar à festa. 

alexandra.ho@sol.pt