No estudo, o também economista sublinha que, no ano passado, as 53 mil toneladas de conservas de pescado representaram receitas de mais de 218 milhões de euros.
António Duarte de Almeida assinala ainda que, em 1923, existiam em Portugal cerca de 400 conserveiras, comparando com as 23 unidades existentes actualmente.
O estudo revela que "o sector conserveiro exporta tradicionalmente cerca de 70% da sua produção, representando mais de um quarto das exportações nacionais de produtos da pesca".
Neste momento, "está a tentar resistir aos problemas no abastecimento interno da sardinha, cujas capturas nacionais caíram para menos de um terço nos últimos anos, com a consequente duplicação dos preços médios, tendo acabado por recorrer mais regularmente às importações dessa matéria-prima".
Ainda assim, a produção aumentou e a exportação de conservas de sardinha registou um aumento de 39% em volume e de 62% em valor nos últimos quatro anos, tendo havido ainda uma maior diversificação para a utilização de cavala, a par da sarda e do atum.
"Em 2013 quase 40% das conservas de pescado exportadas tiveram por base a sardinha, 25% os atuns, 17% a cavala e sarda e 18% outras matérias-primas, incluindo aí as diversas especialidades e petiscos, confeccionadas a partir de peixes, crustáceos e moluscos mais diversos", analisa o economista.
"Estes valores significam que as poucas fábricas de conservas em funcionamento, após terem sobrevivido aos apertos e dificuldades dos anos e períodos mais difíceis por que passou este sector produtivo, estão agora a produzir bastante mais do que o dobro das que existiam há quatro anos e tanto como as quatro centenas existentes em 1923", considera o antigo responsável pelas Pescas.
Para António de Almeida, estes números representam "os importantes investimentos em curso em novas fábricas, bem como na modernização de muitas das existentes".
SOL/Lusa