Portas quer “supervisão eficiente” e “espírito de missão” na administração do Novo Banco

O presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, afirmou neste domingo que as “etapas difíceis” do processo do Novo Banco têm que ser ultrapassadas por “gente profissional” e com “espírito de missão” e defendeu uma “supervisão eficiente”.

Portas quer “supervisão eficiente” e “espírito de missão” na administração do Novo Banco

No discurso de encerramento da "escola de quadros" do CDS-PP, a ‘rentrée' política dos centristas, em Peniche, Paulo Portas defendeu também a venda do Novo Banco.

"Queremos uma supervisão eficiente, lutamos por ela há muito tempo. Queremos que se supere as etapas difíceis com gente profissional, porque os bancos gerem-se por profissionais, e por gente que tenha espírito de missão, que em qualquer circunstância perceba que o interesse nacional se sobrepõe ao interesse pessoal", afirmou.

"E o mais importante para a economia nacional é devolver aquele banco ao mercado de modo a prejudicar o menos possível a nossa economia e as nossas empresas", sublinhou.

Paulo Portas afirmou que no CDS-PP sabe-se "distinguir muito bem bancos e banqueiros".

"Nos bancos ninguém quer problemas, nos bancos estão as nossas poupanças, estão os nossos empréstimos, estão os nossos salários, estão os nossos depósitos, confiança é determinante e o princípio da confiança é determinante", declarou.

O líder centrista incluiu o processo do BES na lista de dificuldades que o Governo PSD/CDS-PP teve que enfrentar.

"Neste Governo não se pode dizer que tenhamos tido sorte. Este Governo teve que aguentar um protectorado de que não era responsável, uma bancarrota que não tinha feito, um memorando que não tinha negociado, uma ‘troika' que não se caracterizava propriamente pela piedade, uma recessão inevitável depois do resgate, uma recessão cá, outra na zona euro e outra em Espanha, onde estão os nossos clientes, problemas do sistema financeiro e, já depois de finalizado o resgate, a questão do BES", disse.

A equipa de gestão do Novo Banco liderada por Vítor Bento confirmou no sábado, em comunicado, que durante a semana apresentou ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na administração da entidade.

Em reacção, no sábado, o Banco de Portugal assegurou que está a trabalhar para garantir que o futuro Conselho de Administração do Novo Banco vai permitir concretizar o projecto de desenvolvimento e criação de valor para a instituição financeira.

O Banco de Portugal deve anunciar esta tarde Eduardo Stock da Cunha como o sucessor de Vítor Bento na presidência do Novo Banco, depois de o responsável ter aceitado o convite que lhe foi endereçado pelo supervisor durante a semana passada.

No dia 3 de Agosto, o BdP tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas.

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.
 

SOL/Lusa