O Serviço Nacional de Saúde "fez muitos milagres" ao longo dos seus 35 anos, como "reduzir a mortalidade infantil ou aumentar a esperança média de vida" dos portugueses, sendo o seu último milagre "ter o apoio da direita", afirmou António Arnaut, antigo ministro dos Assuntos Sociais, que impulsionou a criação do SNS em 1979, recordando que, aquando da sua votação, quer o PSD quer o CDS "votaram contra".
Segundo o antigo ministro socialista, "ouvir" o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, "que é um neoliberal assumido", dizer que o SNS "é de grande valor e que está apostado em melhorá-lo" mostra o "mérito" do projecto.
"Há um grande consenso" em torno do SNS, tendo a "direita reconhecido o seu valor", frisou António Arnaut.
O histórico socialista falava aos jornalistas à margem de uma das cerimónias de comemoração dos 35 anos do SNS em Coimbra, dinamizadas pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, em que se procedeu à rega da "Oliveira do Serviço Nacional de Saúde".
Antes da iniciativa, António Arnaut recordou que o SNS "se deparou com muitas dificuldades ao longo destes 35 anos", tendo resultado "não de milagres, mas da força e da convicção".
O Serviço Nacional de Saúde tornou-se "um imperativo constitucional, para além do imperativo moral que já era", sublinhou.
A criação do SNS "valeu a pena. Valeu a pena porque a alma não é pequena e porque o povo é quem mais ordena", concluiu.
Na cerimónia estiveram também presentes o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o presidente da secção regional, Carlos Cortes, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, a presidente da Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Isabel Garcia e o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, entre outros.
Lusa/SOL