Além dos palestinianos, resgatados por um cargueiro e levados para a Sicília, após um dia e meio no mar, sobreviveram outros nove migrantes, resgatados por barcos gregos e malteses.
Segundo os palestinianos, os traficantes obrigaram-nos a mudar de barco, a meio do percurso, para outro mais pequeno. Quando os migrantes – provenientes do Egipto, Palestina, Sudão e Síria – recusaram fazer o transbordo, temendo pela vida, os traficantes que seguiam noutro navio investiram contra o barco com as centenas de pessoas a bordo, fazendo-o adernar.
“A confirmar-se a história, que está a ser investigada pela Polícia, trata-se do pior naufrágio nos últimos anos. Não se trata de um naufrágio, mas de um assassínio em massa, perpetrado por criminosos sem escrúpulos ou qualquer respeito pela vida”, comentou a Organização Internacional para as Migrações, que revelou o caso.
Noutro acidente, sem relação, na costa da Líbia, terão morrido cerca de 160 migrantes num naufrágio ocorrido no domingo.
Antes destes desastres, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados calculava que desde Janeiro tinham morrido 1900 migrantes e refugiados nas águas do Mediterrâneo.
Só neste fim-de-semana, a Marinha italiana salvou 2879 pessoas e recolheu um cadáver nas águas que patrulha.