Durante esta semana a Lusófona, este ano muito falada devido à morte de seis estudantes em dezembro que faziam parte de uma comissão de praxes, teve a semana de acolhimento a novos alunos, não estando mais nada previsto.
Carlos Poiares, vice-reitor da Lusófona, explicou à Lusa que tem sido também assim nos outros anos e que na Lusófona a regra, que os alunos conhecem, é que a haver praxes não podem ser humilhantes nem violentas. “E eles cumprem sempre essas regras”, disse.
A Lusa contactou também a associação de estudantes, mas Inês Carvalhal, responsável da estrutura recusou-se a responder a qualquer pergunta.
A Lusa queria saber se este ano seriam feitas praxes e se, na sequência das mortes do ano passado, haveria alterações ou proibições. Inês Carvalhal respondeu que a Lusa não tinha nada a ver com isso por se tratar de “um assunto que só diz respeito à Universidade”.
No entanto, Carlos Poiares explicou à Lusa que formalmente nada está previsto além do acolhimento que decorreu esta semana, que incluiu visitas guiadas ao campus e às instalações desportivas, explicações de como fazer pesquisas na biblioteca ou uma parada, para conhecer a Universidade e os que nela trabalham.
Segundo o responsável, em termos de praxes “qualquer desvario” será impedido pela segurança da Universidade. Carlos Poiares fala que tem visto “marchas de caloiros com alunos mais velhos”, que estão a mostrar as instalações, e diz que não tem havido perturbações. “Não vejo nada que saia das normas, as aulas não são interrompidas por causa das praxes”, disse.
Em termos de praxes, disse outra fonte da Universidade à Lusa, não há nada previsto quer em termos da Lusófona quer em termos da Associação Académica ou das direções de cursos.
“Pode haver um grupo de alunos de um curso que faça alguma praxe mas não é dentro do recinto, o que a Universidade faz é o que está previsto”, que é a semana de acolhimento, explicou.
A 15 de dezembro do ano passado seis estudantes morreram afogados na praia do Meco, em Sesimbra, em circunstâncias não cabalmente esclarecidas.
O processo judicial aberto na altura foi arquivado, concluindo-se ter sido um acidente, mas as famílias das vítimas já pediram a reabertura por terem dúvidas sobre o que realmente se passou na praia a 15 de dezembro.
Os seis jovens faziam parte da comissão de praxes da Universidade e morreram afogados, supostamente colhidos de surpresa por uma onda quando estavam, de noite, na praia. Houve um sobrevivente.
Lusa / SOL