O projecto, "Screen – Space Cognitive Radio for Electromagnetic Environment maNagement", baseia-se numa tecnologia já usada em comunicações terrestres móveis, como os telemóveis – o SDR (Software Defined Radio) – e incorpora uma outra, o Sistema de Rádio Cognitivo, suporte para o uso eficiente do espectro electromagnético, e já utilizada nos rádios de militares, no estrangeiro.
O "Screen", a desenvolver num prazo de dois anos, permitirá "avançar na comunicação" entre satélites, e dos satélites para a Terra, "diminuindo as interferências", ao socorrer-se de uma tecnologia que indica, automaticamente, "que frequências estão mais disponíveis, para as usar melhor", disse à Lusa um dos administradores da Tekever, Ricardo Mendes.
O novo sistema de comunicação espacial custa um milhão de euros, verba totalmente suportada por fundos comunitários, ao abrigo do programa de incentivo à inovação Horizonte 2020.
Justificando a excepcionalidade do investimento, Ricardo Mendes referiu que o mercado espacial é conservador: "Testam-se poucas tecnologias no Espaço, dados os custos elevados".
Do consórcio fazem parte, entre outros, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto.
A Tekever, hoje uma multinacional com escritórios no Reino Unido, nos Estados Unidos, na China e no Brasil, foi fundada em 2001, em Lisboa, por ex-alunos do Instituto Superior Técnico.
Há vários anos, produz tecnologias para os mercados das Tecnologias da Informação, Aeronáutica, Espaço, Defesa e Segurança, contando na lista de clientes com a agência espacial europeia ESA e o centro chinês de engenharia para microssatélites, agregado à Academia de Ciências Chinesa.
Os aviões e sistemas não tripulados do grupo foram usados nas missões de patrulhamento da PSP, em Junho, em Lisboa, na final da Liga dos Campeões, e estão ao serviço da NATO no Kosovo.
No quadro comunitário anterior, 2007-2013, a multinacional coordenou e participou em cerca de 20 projectos, em parceria com universidades e centros de investigação científica internacionais.
Lusa/SOL