O projecto que a Nova SBE apresentou publicamente na passada terça-feira é um objectivo Evereste. Visa a construção de um novo Campus para a Escola em Carcavelos, no concelho de Cascais. A localização é icónica: um terreno de 10 hectares, enfrentando o Forte de São Julião da Barra e junto às praias da Torre e de Carcavelos. O projecto de arquitectura é lindo: discreto, excelentemente integrado na paisagem e feito a pensar nos estudantes e nos desafios do ensino e aprendizagem no século XXI.
Mas não é a sua localização nem os seus edifícios que o tornam num projecto 'Evereste'. O 'desvio positivo da normalidade' que caracteriza este tipo de objectivos deriva de, por um lado, da intenção estratégica que lhe subjaz e, por outro, das condições em que foi levado a cabo.
Na realidade, muito mais do que cimento, o que está em jogo é a criação de uma nova indústria exportadora assente no ensino superior (ES). Uma actividade que, alicerçada na qualidade académica e num estilo de vida ‘west-coast’, possa fazer da Nova, agora, e do ES, mais tarde, um íman capaz de reter os melhores portugueses e de atrair talento jovem oriundo de todas as partes do mundo. Uma indústria que em 10 anos possa ter um contributo para as exportações equivalente ao que hoje tem a indústria do calçado.
Este projecto caracteriza-se também pela auto-superação dos objectivos Evereste. Foi lançado no meio da crise financeira e sem qualquer dinheiro público. Resulta de uma virtuosa cooperação público-privado onde se destacam os apoios materiais significativos da Família Soares dos Santos, do Banco Santander, do Jerónimo Martins, da Câmara de Cascais e de muitos antigos alunos. Notável numa sociedade acusada de indiferença e de relutância em dar para acções de angariação de fundos. Talvez o que faz a diferença seja mesmo o querer escalar o Evereste.
“Quando tudo parecer estar contra si, lembre-se: o avião levanta voo contra o vento, não a favor” (Henry Ford).