No início do mês, ao apresentar o plano editorial para 2014/15 o editor Manuel Alberto Valente salientou o "testemunho empenhado" do livro inédito e inacabado de José Saramago, como exemplo do investimento "crescente" da Porto Editora, na publicação de autores portugueses.
Em Julho, quando a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río, anunciou na revista Blimunda, a publicação da obra, afirmou que esta representava "uma forma de repúdio à violência".
"São poucos capítulos, mas o tema fica claro, o texto tem unidade", explicou Pilar Del Río, tradutora para espanhol da obra do Nobel português.
Os primeiros capítulos do romance incluem notas que o autor fez quando o começou a escrever.
"Neles, José Saramago antecipa o andamento e o desenlace da história que pretendia contar", afirma em comunicado a Fundação José Saramago.
"Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas", título inspirado nuns versos de Gil Vicente, tem como protagonista o funcionário de uma fábrica de armas que vive um conflito moral decorrente de seu trabalho, explica a mesma fonte.
José Saramago, falecido em Junho de 2010 na ilha espanhola de Lanzarote, publicou, entre outras obras, "A Jangada de Pedra", "Levantados do Chão", "O Homem Duplicado", "Ensaio sobre a Cegueira" e o romance inicial "Clarabóia", editado postumamente, em 2011.
O autor foi distinguido com vários prémios nacionais e internacionais, como o Grande Prémio de Novela e Romance da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Camões e o Nobel da Literatura, em 1998.
Lusa/SOL