Enquanto dispara observações, deixa cair um sorriso, também ele meio insinuante, de forma a não deixar os outros indiferentes. O tempo vai passando e a casa vai enchendo. Muita gente na casa dos 40/ 50, havendo muitos que já ultrapassaram os 60. Afinal, estão ali para ver e, com um pouco de sorte, ouvir José Cid, o cantor que descobriu recentemente que pode ser DJ de si próprio. Curiosamente, Cid deve ser fã de David Guetta, pois à semelhança do artista dos pratos, também gosta de pôr o sampler a tocar e 'fingir' que canta. Cid é um fenómeno de popularidade e, mesmo não estando na sua melhor forma, mantém uma legião de fãs que parece aumentar a cada dia que passa. O cantor não deixa de soletrar alguns hits, “vem/viver a vida amor/que o tempo que passou não voltará”, leva logo a rapaziada ao rubro, notando-se aqui mais os que estão separados. Curiosamente, algumas das raparigas que já deixaram para trás o prazo de ser mães, aparecem como as teenagers com calções bem curtinhos e justos. Os ginásios e os sumos detox andam a fazer milagres. Aqueles e aquelas que têm optado por outras 'guerras' mostravam-se indiferentes a essa ditadura da beleza e alguns davam sinais de que podiam jogar ao 'lança dentaduras' ou mesmo às 'cabeleiras postiças'. Confesso que cheguei a temer o pior.
Mas Cid é um fenómeno que atravessa várias gerações e mesmo as mais novas gostam de 'brincar' à música. O cantor, repito, apesar de já não estar na sua melhor forma, é um verdadeiro entertainer e mexe com as massas como poucos. Nunca percebi se é por o acharem kitsch ou se é por gostarem genuinamente dele. Certo é que todos conhecem as letras das suas músicas e o seguem para todo o lado. É uma alegria…