"A solução para a crise actual na Líbia é política. O novo governo, amplamente aprovado pela Câmara dos Representante [do país] a 22 de Setembro, é um passo encorajador", disse o ministro, após uma reunião de alto nível sobre a situação no país.
"Infelizmente, o país não tem tido a atenção que merece, porque outros assuntos urgentes têm merecido a atenção da comunidade internacional", explicou o ministro, considerando que a reunião constituiu uma oportunidade para inverter a situação.
Em declarações à agência Lusa, Machete admitiu que "a Líbia está numa situação muito difícil" e que "há uma necessidade enorme de reiniciar o diálogo político entre as diversas facões e tribos que a compõem, de modo a que a assembleia representativa, que foi eleita, funcione efectivamente."
O responsável defende que "isso deve ser feito sem nenhuma intervenção militar estrangeira."
Machete acredita que "as intervenções militares recentes não melhoraram a situação" mas "pioraram, porque é muito difícil que não favoreçam A contra B, o que exaspera a outra parte."
"A experiência tem mostrado que não é o melhor a fazer e, nesse aspecto, na recente conferência que se realizou em Madrid, todos os estados vizinhos, como o Egipto, Tunísia, Marrocos, Sudão, Níger e outros, convieram nessa conclusão", disse o ministro.
Rui Machete acredita que "é necessário promover o diálogo e fazer com que as instituições existentes funcionem" e defende que "os países vizinhos devem ser responsáveis por essa fiscalização, penalizando falhas com um embargo de armas, se necessário, e exercendo pressão moral e política".
esta semana, o primeiro-ministro da Líbia, Abdallah al-Theni, obteve a aprovação do Parlamento para um governo composto por 13 ministros, depois de uma proposta inicial ter sido rejeitada.
As autoridades líbias não controlam vastas áreas do país, tomadas por milícias e grupos islamitas que apoiaram a revolta contra Muammar Kadhafi, em 2011. Por isso, o Governo de Theni tem a sua sede no leste do país, tal como a Câmara dos Representantes (parlamento internacionalmente reconhecido, eleito em Junho), para fugir à pressão das milícias presentes em força na capital, Tripoli.
Theni apresentou a demissão do seu gabinete no final de Agosto e foi encarregado pelo parlamento de gerir os assuntos correntes.
Lusa/SOL