Segundo a directora da Escola de Música do Conservatório Nacional, Ana Mafalda Pernão, foi “em defesa do ensino da música em Portugal” e assinalando também o Dia Mundial da Música que cerca de 50 alunos actuaram em frente ao ministério, acompanhados por professores e encarregados de educação, protestando contra o atraso das aulas do ensino vocacional.
Entre as frases de luta ouvia-se “queremos aulas”, “queremos professores”, “os músicos unidos jamais serão vencidos” e “Crato rua, a escola não é tua”.
“A colocação dos docentes do ensino artístico está cada vez mais atrasada no tempo, neste momento estamos ainda sem 48 professores”, o que faz com que os “cerca de 930 alunos estejam sem aulas artísticas, neste momento só têm as disciplinas de formação geral”, referiu Ana Mafalda Pernão.
Sem confirmação de quando é que as aulas do ensino vocacional poderão começar, uma vez que “o processo está nesta altura em fase de entrevistas” aos professores a contratar, a directora do estabelecimento de ensino referiu que “o mais importante é que problema não se repita para o ano e que seja possível fazer uma contratação a tempo e horas”.
Como forma de combater o atraso na colocação de professores, que tem acontecido nos últimos anos na Escola de Música do Conservatório Nacional, Ana Mafalda Pernão exigiu que “os concursos sejam mais cedo ou que integrem, de uma vez por todas, os professores há mais de 10 anos contratados”.
A participar no protesto, Jorge Costa, encarregado de educação, afirmou que o problema já é frequente, porque “no Conservatório, como em muitas escolas, o facto de haver uma grande parte dos professores contratados, professores que são precários, resulta num atraso sistemático no início das aulas, que este ano foi muito mais grave com o problema geral do colapso da colocação de professores”.
Louisa Rocha, de 17 anos, frequenta o Conservatória desde os seis anos, “como se fosse uma segunda casa”. Este será o seu último ano, pelo que “este atraso nas aulas vai ter consequências para a entrada no ensino superior”, contou.
Além da falta de professores, a Escola de Música do Conservatório Nacional tem também “falta de pessoal auxiliar” e “problemas estruturais no edifício, que desde o século passado não tem obras de intervenção”.
“A sua cobertura está toda estragada, há muitas salas com infiltrações. Sempre que chove ficam inundadas”, disse a directora do estabelecimento de ensino.
Lusa/SOL