Mas foi mais longe: apesar de admitir ter sido em Portugal o interlocutor da troika com o Governo (aspecto que de qualquer modo aparece relativamente diluído na CV que ali apresentou), fez questão de garantir que esteve várias vezes em desacordo com o trio de representantes dos credores internacionais.
Ficamos assim a saber que as politicas nacionais e europeias defendidas pelo Governo de Passos não correspondiam à sua vontade nem à sua convicção – mas que se limitou a achar melhor obedecer cegamente aos credores. Porquê? Para, à custa do povo menos protegido (já que os políticos e as maiores fortunas, como se viu, têm escapado às doses cavalares de austeridade), provar à troika que estava errada? E o que dirão aqueles comentadores para quem só havia uma única alternativa de acção: precisamente a que este Governo, embora aceitando, não concordava ser boa.