Os dois acusados da autoria do fogo que matou quatro bombeiros e feriu outros 13 começaram na manhã desta terça-feira a ser julgados no Tribunal de Vouzela.
Nas alegações iniciais, a defesa de Patrick considerou que as mortes dos 4 bombeiros “não tiveram nada a ver com o incêndio de Alcofra”, que teve sucessivos reacendimentos. A estratégia da defesa parece apostada em assumir que o grande incêndio do Caramulo foram, afinal, vários fogos e que os bombeiros terão morrido “num outro incêndio que não o de Alcofra”, que, alegadamente, terá sido ateado pelos dois jovens.
Os suspeitos, que estão presos preventivamente em Lamego e Viseu, chegaram ao tribunal ao início da manhã e estão acusados de um crime de incêndio florestal, 4 homicídios e 13 e ofensa à integridade física.
No seu depoimento, Luís Patrick negou a acusação e considerou ser “tudo falso”. O jovem assumiu que “bebeu uns copos” e depois saiu na companhia de uma amiga, que terá deixado em casa. De seguida deslocou-se ao local incêndio, na companhia de um casal amigo e depois regressou a casa, nunca tendo visto Fernando, com quem está acusado em co-autoria.
Negou ainda que tivesse “problemas com a autoridade”, desmanchando a tese do Ministério Público que considera que Patrick ateou os incêndios “num acto de vingança” por ter sido multado pela GNR.
Os dois suspeitos de terem ateado vários fogos na Serra do Caramulo que provocaram a morte de quatro bombeiros, em Agosto de 2013, começaram a ser julgados nesta terça-feira, em Vouzela num julgamento que tem a particularidade se ser acompanhado por jurados.
Na exígua sala de audiências da Secção de Proximidade de Vouzela estão 8 jurados, quatro efectivos e outros tantos suplentes e um colectivo de três juízes. Há ainda 12 advogados, 6 guardas prisionais e uma dezena de militares da GNR, acompanhados de um cão policia.
No exterior não se registaram problemas mas no interior da sala tiveram que ser colocadas cadeiras extra para quem quis assistir.
As famílias dos bombeiros mortos constituíram-se assistentes do processo e reclamam uma indemnização.
Da parte da tarde deve começar o interrogatório, em separado, do suspeito Fernando Marinho.
O Ministério Público acredita que os dois jovens são os responsáveis pela autoria do grande incêndio do Caramulo que queimou mais de 9 mil hectares de floresta, matou 4 bombeiros e feriu outros 13.
Durante a manhã o tribunal decidiu ainda proceder a uma reconstituição dos factos, que deverá ocorrer na próxima semana.