"A autorização foi assinada esta manhã", afirmou à Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde que, em conjunto com o Ministério das Finanças, deu luz verde a esta operação.
Cabe agora aos dois Ministérios a elaboração de um parecer que permita a alteração de controlo da sociedade que gere o Hospital de Loures e também da sociedade que gere o edifício em que funciona.
O UnitedHealth Group Incorporated apresentou na terça-feira uma oferta para a aquisição das acções detidas pela Espírito Santo Health Care Investments na Espírito Santo Saúde, representativas de 51% do capital social desta, a cinco euros por acção.
A oferta foi divulgada através de comunicado publicado no sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na Internet e expira às 17h00 horas da próxima sexta-feira, 10 de Outubro.
O preço proposto quantifica a entidade proponente, representa um prémio de aproximadamente 56,3% em relação ao preço de 3,20 euros apurado na oferta inicial de distribuição destas acções, ocorrida em 12 de Fevereiro de 2014, de 39,3% em relação ao preço médio ponderado de 3,59 euros nos 6 meses imediatamente antecedentes à oferta anunciada pelo Grupo Àngeles, em 19 de Agosto de 2014, e ainda de 3,7% em relação ao preço de 4,82 euros anunciado pela Fidelidade, em 26 de Setembro de 2014.
O UnitedHealth Group adiantou que já pediu a avaliação da transacção à Autoridade da Concorrência e que se a sua proposta vingar lança de imediato uma oferta pública de aquisição obrigatória, em iguais termos e condições, sobre as restantes acções da ESS.
O UnitedHealth Group é proprietário da brasileira Amil, que comprou o negócio da saúde à Caixa Geral de Depósitos. A Espírito Santo Health Care Investiments, que é controlada pela 'holding' Rioforte, possui, via ES Saúde, entre outros activos, o Hospital da Luz, em Lisboa, e gere, em regime de parceria público-privada, o Hospital de Loures.
Ainda na terça-feira à noite, numa nota enviada à agência Lusa, fonte oficial da seguradora Fidelidade considerou "manifestamente ilegal" o anúncio feito pelo UnitedHealth Group Incorporated.
"Esta oferta só poderia ter sido feita no âmbito da OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Fidelidade e seguindo as regras das ofertas concorrentes, designadamente se o respectivo registo na CMVM tivesse sido obtido até ao passado dia 3 de Outubro", refere a nota.
A Fidelidade sublinha que, "para além disto, o referido 'anúncio' será enganador na medida em que a eficácia da oferta estará sempre condicionada ao consentimento prévio do Ministério das Finanças e do Ministério da Saúde, ao contrário do que é afirmado".
No final de Maio, a ES Saúde anunciou que o seu lucro quase duplicou em termos homólogos no primeiro trimestre do ano, para 4,6 milhões de euros.
Lusa/SOL