A comissária designada para acompanhar o dossiê da União Energética recebeu 112 votos negativos e o apoio de apenas 13 parlamentares. Dois eurodeputados abstiveram-se.
Também esta tarde, o PE aprovou a nomeação de Miguel Arias Cañete, o espanhol designado para a pasta da Energia e do Clima.
O chumbo de Bratusek não foi recebido com surpresa. Na segunda-feira, a performance da antiga governante eslovena no exame perante os eurodeputados foi unanimemente considerado um desastre.
Em causa esteve a ausência de respostas minimamente desenvolvidas às questões dos eurodeputados sobre a visão da eslovena de assuntos como as alterações climáticas ou a energia nuclear.
O Partido Popular Europeu, que candidatou Juncker à chefia da CE, tinha declarado através do seu porta-voz Krisjanis Karins que a nomeada do bloco liberal tivera uma prestação “surpreendentemente fraca”.
À esquerda, os Socialistas & Democratas defenderam que Bratusek não poderia assumir uma vice-presidência, nem o dossiê energético em questão.
Bratusek era ainda acusada de falta de ética no âmbito do processo de selecção do seu nome. De facto, tratou-se de um processo incomum: A antiga primeira-ministra sofreu uma derrota pesada nas legislativas de Maio, reunindo apenas 4% dos votos. Devido às dificuldades na formação de um novo Executivo pelo Parlamento de Ljubljana, manteve-se no cargo até Setembro. E sem apoio da assembleia eslovena, nem do seu sucessor no Governo, acabou por se autonomear para a vaga nacional na Comissão.
pedro.guerreiro@sol.pt