Patrícia Costa dava aulas no agrupamento de escolas D. João II, nas Caldas da Rainha, quando ouviu falar no programa governamental de rescisões por mútuo acordo.
A professora entregou os papéis em Fevereiro para aderir ao programa e a sua proposta foi aceite em Abril: "Desde 1 de Maio que estou desvinculada da função pública e do agrupamento de escolas D. João II. Deveria ter recebido a compensação da indemnização até 23 de Maio e até agora ainda não recebi nada", contou à Lusa.
A docente, que diz ter cerca de 50 mil euros para receber, teve de voltar a dar aulas. "Como ainda não recebi, tive de começar a dar aulas de piano", desabafou a professora, que hoje foi ao ministério para tentar ser recebida por algum responsável.
Mas Patrícia não foi sozinha. Uma delegação do Sindicato de Professores da Grande Lisboa (SPGL) deslocou-se ao ministério a quem tinham pedido "uma reunião para tentar que seja desbloqueada a situação de duas professoras a quem o ministério deve dinheiro e não paga", explicou Anabela Delgado, da direcção daquele sindicato que pertence à Fenprof.
Entre os cerca de dois mil docentes que concorreram ao programa de rescisões, Anabela Delgado acredita que o processo de Patrícia Costa poderá ser único: "Não temos conhecimento de existirem outros casos de professores que continuam sem receber. Penso que este poderá ser caso único".
A outra história que levou a comitiva à Avenida 5 de Outubro é o caso de Glória Martins que este ano ficou colocada no quadro de Zona Pedagógica da Zona de Lisboa (QZP 7), mas continua sem perceber a que escola se deve dirigir.
À Lusa, a docente contou que a Direcção Geral da Administração Escolar (DGAE) lhe disse para se apresentar na escola que tinha colocado como 1.º prioridade no concurso, mas que alegadamente a escola não reconhece a situação porque não tem qualquer indicação nesse sentido do MEC.
"Há pessoas que estavam atrás de mim (na graduação profissional) e estão colocadas e eu não estou", lamentou a docente com 25 anos de serviço, que diz estar sem vencimento e espera ver a sua situação resolvida em breve.
Lusa/SOL