Num discurso feito durante uma conferência nas Filipinas, Margaret Chan falou num risco “histórico” para países já cronicamente frágeis.
“Nunca tinha visto uma emergência médica que ameaçasse a própria sobrevivência das sociedades e dos governos em países que já eram muito pobres”, declarou.
“Nunca tinha visto uma doença infeciosa que contribuísse tão fortemente para um potencial estado falhado”, alertou.
Mas a responsável também disse que 90% dos custos económicos da epidemia estão relacionados com o pânico, com “tentativas irracionais de evitar a infecção por parte do público”.
Chan deixou ainda críticas à indústria farmacêutica, que acusou de não investir na luta contra o ébola. O sector, disse, “é uma indústria virada para o lucro que não investe em produtos para mercados que não os podem pagar”.
A crise do ébola já matou mais de 4.000 pessoas na África Ocidental, tendo alastrado recentemente para Espanha e os Estados Unidos.